O artista gaúcho Giovanni Bochi já é conhecido pelo seu trabalho diferenciado por quem visita a Serra Gaúcha, mais especificamente Gramado, mas agora ele está de mudança para Balneário Camboriú, onde estará dividindo o seu talento diferenciado: ele desenha a mão, usando apenas lápis de cor, caneta, Nanquim ou pena de ponta fina, obras inspiradas na arte clássica, como mapas e cartas náuticas.
Quem quiser conhecer o trabalho do artista pode ir até a Feira de Verão, que acontece na Praça da Cultura, na Avenida da Lagoa, no Centro de Balneário.
Giovanni conversou com o Página 3 e contou que sua trajetória na arte começou cedo: aos três anos, quando desenhava navios.
“Fui em um teste para a pré-escola e a orientadora pedagógica me deu uma caneta e um papel e pediu para eu fazer um desenho, já que crianças nessa idade não sabem ler e escrever, e eu disse que ia fazer um barquinho e fiz uma caravela, descrita pela professora e pela minha mãe como perfeita, que elas, adultas, não conseguiriam fazer”, conta.
Desde os 12 anos, Giovanni, que hoje tem 31, começou a expor seus quadros em eventos, shoppings, galerias de arte, etc. e com 14 foi contratado como ilustrador técnico profissional pela revista Náutica, onde trabalhou por sete anos.
Em 2007, então desenhista náutico, veio visitar a sua tia, que residia em Balneário, a praia que ele considera ‘de seu coração’.
“No mesmo ano, também fiz uma exposição, na época, na Marina Tedesco, no evento Santa Catarina Boat Show, promovido pela Revista Náutica, onde trabalhava. O trabalho de mapas surgiu ao longo das minhas primeiras exposições, quando as pessoas viam os trabalhos náuticos e perguntavam se eu faria também cartas náuticas. Ao pesquisar sobre cartas náuticas descobri que são mapas e a partir daí comecei a fazê-los. Hoje é o tipo de trabalho que mais vendo”, relembra.
Algum tempo depois, o artista ficou sabendo que uma pessoa que havia recebido um quadro seu era simplesmente uma das curadoras do Museu do Louvre, casa de Monalisa, em Paris.
“Veio daí o convite para expor no Louvre. Foi uma experiência incrível para mim como artista poder expor meu trabalho no maior museu de arte do mundo”, afirma.
Gaúcho de Porto Alegre, até então morava em Gramado, mas desde 2008 vem para Balneário. E agora, após noivar, decidiu mudar-se para o litoral catarinense, motivado também pelo fluxo turístico parecido com o da Serra Gaúcha, um ponto positivo para conseguir vender seus trabalhos.
“No momento não tenho local físico fixo em Balneário Camboriú para as pessoas conferirem meu trabalho, mas estou participando da Feira de Verão na Praça da Cultura, esporadicamente, ainda, por não ter endereço fixo na cidade (estamos fazendo a transição aos poucos), mas ressalto que em breve pretendo adquirir uma casa na cidade (ou apartamento) e pretendo abrir novamente uma galeria de arte para que as pessoas da região possam conferir e conhecer meu trabalho de perto”, acrescenta.
Grande parte dos trabalhos do artista tem preços bastante acessíveis, entre R$ 300 e R$ 900, porque ele defende que a arte e a cultura devem estar ao alcance de todos.
“Pretendo expor também meu trabalho no Calçadão da Avenida Central quando possível da mesma forma que hoje vendo na Rua Coberta de Gramado. Acredito que expondo na rua, também, além da galeria, conseguimos atingir um público maior e democratizar mais a arte”, completa.