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Cidade gaúcha que exporta churrasqueiros é a mais envelhecida do Brasil

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"Vamos ser muito compreensivos em termos de talvez deixar esse fazendeiro, você sabe, ele é meio que responsável, e nós vamos fazer com que esse fazendeiro assuma a responsabilidade", prosseguiu, em uma fala confusa.
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O município gaúcho de Coqueiro Baixo (a 173 km de Porto Alegre) é o mais envelhecido do Brasil, segundo indicadores do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No ano passado, 30,08% da população do município tinha 65 anos ou mais, o equivalente a 388 pessoas de um total de 1.290 habitantes.

Trata-se do percentual mais elevado dessa faixa etária no país. No Brasil, a proporção de pessoas com 65 anos ou mais foi de 10,9%.

Coqueiro Baixo também chama atenção pelo chamado índice de envelhecimento, que alcançou 277,14 no Censo 2022. É o maior do país.

O resultado significa que havia 277,14 idosos de 65 anos ou mais para cada grupo de cem crianças e jovens de 0 a 14 anos. Quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população. A média nacional foi de 55,2 em 2022.

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Já a idade mediana da população de Coqueiro Baixo chegou a 53 anos, a mais acentuada do país ao lado de outra cidade gaúcha, União da Serra (a 223 km de Porto Alegre).

O número nacional foi de 35 anos. A idade mediana separa a metade mais jovem da metade mais velha de uma população.

Coqueiro Baixo é um município que carrega traços da colonização italiana na região alta do Vale do Taquari, que foi afetado por enchentes no segundo semestre deste ano. A economia local é baseada na agropecuária, e o primeiro acesso de asfalto ao município só foi concluído em 2022.

20 municípios com proporcionalmente mais velhos

Município %

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  • Coqueiro Baixo (RS) – 30,31
  • União da Serra (RS)28,08
  • Santa Tereza (RS) – 26,95
  • Relvado (RS) – 26,94
  • Monte Belo do Sul (RS) – 26,57
  • Guabiju (RS) – 26,56
  • Ivorá (RS) – 25,63
  • Vespasiano Corrêa (RS) – 25,33
  • Coronel Pilar (RS) – 25,27
  • Floriano Peixoto (RS) – 25,05
  • Águas de São Pedro (SP) – 25,01
  • Três Arroios (RS) – 24,96
  • Porto Lucena (RS) – 24,88
  • Travesseiro (RS) – 24,74
  • Barra do Rio Azul (RS) – 24,57
  • São João do Polêsine (RS) – 24,53
  • Forquetinha (RS) – 24,25
  • São Valentim do Sul (RS) – 24,03
  • Alecrim (RS) – 23,76
  • Nova Bréscia (RS) – 23,71

Fontes: IBGE

Sem grandes empresas, a população local relata que moradores mais jovens deixaram Coqueiro Baixo no passado em busca de oportunidades em outras regiões. O município é berço de trabalhadores que resolveram tentar a sorte em ramos como o de churrascarias.

Esse é o caso dos três filhos do professor aposentado Aventino Soldi, 79. Ele, contudo, não cogita sair do município.

“Cresci aqui, trabalhei a vida toda aqui. Não vale a pena sair agora. Para morar, é uma beleza. É um lugar calmo, sem muitos problemas”, diz.

Segundo a prefeitura local, a emancipação de Coqueiro Baixo foi autorizada por meio de uma lei em 1996. A instalação oficial do município ocorreu em 2001.

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“Os idosos permaneceram, mas os filhos que tiveram oportunidade de sair, de trabalhar em churrascarias, por exemplo, foram para fora. Das crianças para quem dei aula, acho que 90% saíram”, afirma Soldi.

O secretário de Administração de Coqueiro Baixo, Henrique Luciano Ongaratto, 31, considera que a tranquilidade do interior ajuda a manter os idosos na cidade.

“Qualidade de vida é um fator fundamental. Vai desde respirar um ar mais puro, com pouca poluição, até a horta em casa para produzir legumes”, afirma.

Para tentar atrair empresas e reter os jovens, a prefeitura aposta no recente acesso asfáltico.

A administração municipal, diz Ongaratto, também vem oferecendo incentivos a produtores rurais, como auxílio em serviços de terraplanagem.

Conforme o secretário, em torno de 95% da arrecadação do município com a atividade econômica local vem da agropecuária.

No Censo anterior, realizado pelo IBGE em 2010, Coqueiro Baixo também havia sido destaque nacional em razão do envelhecimento.

À época, o percentual de idosos de 65 anos ou mais correspondia a 20,42% da população local, o maior do país. A porcentagem no Brasil era de 7,4% naquele ano.

RS LIDERA ENVELHECIMENTO

A presença elevada de idosos é registrada em outras cidades do Rio Grande do Sul. Conforme o Censo 2022, dos dez maiores índices de envelhecimento do Brasil, nove são de municípios gaúchos.

No indicador da idade mediana, o quadro se repete: das dez mais elevadas do país, nove pertencem a cidades gaúchas.

O IBGE também apontou que, no Rio Grande do Sul, a idade mediana foi de 38 anos no ano passado. É a mais acentuada entre as unidades da federação. O Rio de Janeiro tem a segunda maior (37 anos).

O Rio Grande do Sul também registrou o maior índice de envelhecimento do país. A medida foi de 80,4 em 2022. Isso significa que havia mais de 80 idosos de 65 anos ou mais para cada cem crianças e jovens de 0 a 14 anos.

Conforme o Censo 2022, a faixa etária de 65 anos ou mais respondia por 14,1% da população gaúcha (1,5 milhão de 10,9 milhões). É o maior percentual dessa faixa etária no país.

No Censo 2010, o percentual dos idosos de 65 anos ou mais correspondia a 9,3% da população gaúcha. Também era o mais elevado.

“No Brasil, [o envelhecimento da população] está acontecendo há muitos anos, e a região Sul, de modo geral, é precursora desse processo. Já faz muitos anos que a população gaúcha é mais envelhecida do que a do restante do Brasil”, diz o demógrafo e geógrafo Ricardo de Sampaio Dagnino, professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Segundo o especialista, além da queda do número de filhos, outro possível fator para explicar o envelhecimento gaúcho é a migração de jovens para outros estados.

No passado, o Rio Grande do Sul já foi conhecido por perder habitantes para regiões como o Centro-Oeste. Os dados do Censo 2022 de fecundidade e migração ainda não são conhecidos.

“O Rio Grande do Sul, além de ter começado a redução da fecundidade antes, com número menor de nascimentos, é um estado com saldo migratório negativo”, diz Izabel Marri, gerente de estudos e análises da dinâmica demográfica do IBGE.

“São dois fatores que vão na mesma direção do envelhecimento populacional. Os estados do Norte iniciaram a redução da fecundidade muito depois”, completa a pesquisadora.

(FOLHAPRESS)

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