BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta noite ao STF (Supremo Tribunal Federal) a anulação da delação de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e mais informações sobre um perfil supostamente utilizado por ele nas redes sociais.
Defesas dos réus tiveram 5 dias para apresentar pedidos. Hoje se encerra esse prazo. Os advogados do ex-presidente citam mensagens de um perfil de Instagram que supostamente teria sido utilizado por Mauro Cid. Eles veem nesse descumprimento de medida cautelar imposta pelo Supremo um motivo para pedir a anulação da delação.
Moraes analisa petições no processo. O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, vai decidir sobre os pedidos.
A defesa de Bolsonaro também pede acesso a investigações que seriam ligadas à denúncia da PGR sobre tentativa de golpe. Advogados insistem em pedir acesso a um inquérito sobre a chamada “Abin paralela” e a outro que investiga o ex-presidente por vazar informações de investigação sigilosa da Polícia Federal sobre urnas eletrônicas durante uma live.
Delator negou ter usado o perfil. Em seu interrogatório, Mauro Cid disse que nunca havia utilizado o perfil para reclamar sobre os depoimentos à PF durante sua delação. Depois que vieram à tona reportagens da revista Veja dizendo que ele havia mentido no STF, sua defesa entrou no STF com uma declaração de que o material era fake news. Na manifestação hoje, a defesa de Bolsonaro rebate esses argumentos.
Defesa de Bolsonaro pede mais prazo. Eles querem aguardar o retorno das informações da Meta sobre o perfil citado na revista Veja para solicitar novas diligências. Moraes já havia determinado, na semana passada, que a Meta fornecesse informações sobre o referido perfil.
Linha é a mesma da defesa do general Braga Netto. Eles vêm adotando estratégia semelhante de tentar anular a delação de Mauro Cid, considerada muito importante para a denúncia da PGR contra eles por tentativa de golpe de Estado.
Cid estaria conversando com envolvidos nas investigações do 8 de Janeiro. Reportagem da revista Veja publicada na quinta (12) mostrou mensagens entre o perfil do Instagram @gabrielar702 e alguém próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre 29 de janeiro e 8 março de 2024.