(UOL/FOLHAPRESS) – A capital paulista registrou, apenas nesta quarta-feira (2), 35 ataques a ônibus. A cidade vive uma série de atos de vandalismo, com mais de 230 veículos do transporte público depredados em menos de um mês.
A maior parte dos ataques aconteceu na zona sul da capital. Bairros como Capão Redondo e Campo Belo tiveram casos de veículos com janelas quebradas, geralmente pelo arremesso de pedras ou outros objetos.
Na semana passada, passageira foi atingida no rosto perto do aeroporto de Congonhas. A vítima estava sentada no veículo, na avenida Washington Luís, no bairro do Campo Belo, quando uma pessoa desconhecida jogou uma pedra no vidro. O homem fugiu e ela foi socorrida para a UPA Vila Santa Catarina, também na zona sul. O caso foi registrado no 16º DP da Vila Clementino.
Quantidade de ônibus vandalizados já chega a quase 2% da frota total da cidade, de 12.036 ônibus. Os carros danificados precisam ser levados à manutenção e substituídos por veículos da reserva técnica. Se os veículos não forem imediatamente substituídos, as empresas são penalizadas, segundo a SPTrans.
Valor do patrimônio depredado ainda é incerto. Quem arca com os custos dos consertos dos veículos quebrados são as viações que operam os ônibus. O UOL buscou a Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de São Paulo e aguarda retorno sobre o assunto. Em caso de manifestação, este texto será atualizado.
Problema não está restrito à capital e também acontece na Grande SP e no litoral. Na Baixada Santista, mais de 30 veículos foram apedrejados em São Vicente, Cubatão e Santos. Os casos na região são investigados pela Delegacia Seccional de Santos, segundo a Polícia Civil.
Em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, ao menos três ataques aconteceram no mesmo dia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os veículos foram atingidos em pontos diferentes da cidade, que tem uma frota total de 113 veículos.
Motivação dos ataques não é clara. Os ônibus passaram por perícia e as investigações são feitas pela 6ª Delegacia Contra Crimes Patrimoniais e pela divisão contra crimes cibernéticos.
Motoristas, cobradores e passageiros estão na “mira da marginalidade”, diz sindicato. Em nota enviada ao UOL, o Sindimotoristas, que representa motoristas de ônibus do estado, explicou que defende a criação de delegacia para proteção do transporte público e disse que quer dialogar com a SSP e com os representantes patronais para traçar estratégias e oferecer segurança aos passageiros.