A situação dos pombos em Balneário Camboriú é alvo de debate constante e o Página 3 já divulgou denúncias de moradores sobre pessoas que alimentam os animais na Praia Central.
Recentemente, os vereadores Jade Martins e Samir Dawud protocolaram um projeto de lei que estabelece regras e medidas preventivas para o manejo de pombos, para proteger a saúde pública, o meio ambiente e evitar a proliferação descontrolada das aves (saiba mais aqui). Se o PL for aprovado, poderá aumentar a fiscalização dessas aves na cidade.
O Página3 recebe muitas denúncias sobre pombos. Nesta semana, o Mestre Anoar Schmitt, criador do projeto social Mil e Uma Formas de Educar, de artes marciais, procurou o Página 3 para dizer que ficou assustado quando foi a um fast-food na Avenida Atlântica e viu os pombos adentrando o ambiente e os funcionários enxotando eles, como se fosse uma cena corriqueira.

Anoar disse que a preocupação é constante, porque há escolas onde atua com seu projeto, onde os pombos também são problema. Por isso, ele questiona como a prefeitura ainda não tomou uma atitude a respeito dessa situação.
“É uma questão de saúde pública”, observou.
O que diz a prefeitura

O jornal conversou com George Alan Schumann, diretor da Vigilância Sanitária e Ambiental da cidade e com o coordenador do Centro de Controle de Pragas Urbanas (CCPU), Germano Campos, mais conhecido como Maninho, que relataram que trabalham na questão dos pombos há tempos e que inclusive já estavam cientes da denúncia relatada por Anoar.
“O problema é que os próprios consumidores também jogam comida para os pombos, que já ficam na praia, e se aproximam do restaurante”, relatou George.
Germano detalhou a ‘nova fase’ que a fiscalização pode viver se o projeto de Jade e Samir for aprovado – ainda não tem data para ser votado na Câmara, mas já está pronto para ser pautado.
“Precisamos de embasamento em lei para multar quem alimenta os pombos – tanto os estabelecimentos como também pessoas físicas. A ideia é multar via CPF ou até mesmo IPTU, pois só sentindo no bolso para ter resultado. Já fizemos informativos orientando, mas não é fácil conscientizar de que pombos podem trazer muitas doenças. Se a lei for aprovada, vamos poder autuar, os fiscais terão autonomia e embasamento”, explicou o coordenador do CCPU.
O diretor da Vigilância comentou que também há denúncias de milheiros que alimentam os pombos e que inclusive fizeram uma orientação específica há duas semanas.
“Vale lembrar que os pombos são protegidos por lei ambiental, não se pode exterminá-los e isso jamais foi sequer cogitado, só queremos orientar as pessoas e intimar, porque esses animais são consideradas pragas urbanas, causam dermatite e até doenças mais graves, como problemas respiratórios. Tanto que não se pode limpar as fezes secas, porque pode entrar no pulmão e aos poucos se tornar algo mais grave – às vezes a pessoa nem sabe que é dos pombos que veio a doença”, completou George.
Ele citou que a lei vai fazer muita diferença para suportar o trabalho, que hoje já é feito através de orientação com moradores, turistas e síndicos de prédios, mas com a lei poderão atuar com fiscalização mais rigorosa.
