Na safra da tainha deste ano, que encerrou na quarta-feira (31), Balneário Camboriú foi a terceira cidade de Santa Catarina que mais capturou peixes, com 66.318 peças, segundo a plataforma Informações da Pesca.
O município ficou atrás de Florianópolis, com 445 mil tainhas capturadas, seguida por Bombinhas, com 327 mil peixes.
Segundo o pescador Jair Euflorzino, de tradicional família de pescadores de Taquaras, somando todas as praias – tanto agrestes (Taquaras, Taquarinhas, Estaleiro, Estaleirinho, Laranjeiras e Pinho) como ainda a Central, foram capturadas as 66.318 tainhas.
“Taquarinhas foi a que mais pegou, com um total de 15 mil tainhas. Considerando os últimos anos, essa foi uma das melhores pescas em quantidade. Já teve ano que pegamos mais em quantidade, mas o que vimos de cardume que passou, foi uma das maiores pescas! Meu pai, Eládio, que tem 60 anos de pesca, disse que nunca viu tanto peixe passar. Foi histórico”, conta.
Valor faturado com o peixe
Com os 66 mil peixes, o pescador analisa que deve ter circulado pelo menos R$ 1,3 milhão em venda do pescado. A conta é a seguinte – uma tainha média, de 2,5kg, no início da safra estava sendo vendida R$ 30,00, mas nos últimos momentos estava sendo comercializada por R$ 15,00. Se fechar pela média de R$ 20,00 cada peixe, dá R$ 1,3 milhão.
“Quando pegamos tainha em grande quantidade, o preço despenca, mas tem o lado bom de que todos conseguem comer peixe. O pescador vende em quantidade e consegue faturar. Girou um valor legal para os pescadores, sim”, comenta.
Incentivo para novas gerações
Jair pontua que quando a pesca é positiva, consequentemente atrai mais pescadores, o que é muito importante para motivar que as novas gerações se motivem a pescar – algo que preocupa os pescadores, para que a safra da tainha não deixe de ser uma tradição seguida em Balneário Camboriú.
“Vimos neste ano muitos jovens puxando rede, se incentivando a pescar. A divulgação da pesca também está sendo maior, e contribui para que a geração futura não deixe a cultura morrer, porque os mais velhos não vão ter condições físicas de continuar”, diz.
Futuro da pesca e lei necessária
O pescador aproveita para citar que houve melhora nas condições da pesca neste ano, com apoio da prefeitura e Fundação Cultural, que ampararam com camisetas para uniforme, banheiros, tendas e contêineres onde não há rancho fixo e ainda no trabalho de conscientização junto das marinas.
“Porém, ainda precisa melhorar, principalmente na criação da lei municipal em prol da safra da tainha, para que nesse período de maio a julho consigamos fazer a pesca sem embarcações atrapalharem o cardume dentro da baía. Com a troca da Câmara e prefeitura, é o momento para cobrarmos isso. Mas estamos muito satisfeitos com a pesca deste ano. Torcemos para que continue boa no ano que vem, esperávamos pesca boa neste ano e deu certo. Agora é continuar com saúde para seguir pescando”, completa.