Em toda temporada de verão aumenta muito o número de pessoas em situação de rua e o de famílias indígenas, que se espalham em pontos centrais da cidade. O problema é antigo, divide opiniões e a prefeitura não consegue resolver a situação apesar de oferecer várias alternativas.
O secretário de Desenvolvimento e Inclusão Social, Omar Tomalih, está no cargo há pouco mais de uma semana, mas conhece a realidade que se repete há anos. Ele disse ao Página 3 esta semana que tem equipe de Abordagem Social 24h nas ruas, como já acontecia no governo anterior. Mas a maioria dos abordados recusa o acolhimento.
“Moradores de rua aumentou bastante, como sempre acontece. Estamos com equipe de abordagem ampliada, estão fazendo várias frentes para identificar, fazer o acolhimento, encaminhamento para Casa de Passagem, alguns querem voltar para sua cidade, outros querem ir para um centro de reabilitação, mas a maioria não aceita o acolhimento e nossa equipe está nas ruas 24h”, contou.
Operação em parceria
Nesta semana (9), foi realizada uma operação conjunta nas duas marginais da BR-101 e na ponte que liga Balneário Camboriú e Camboriú, para identificar e qualificar pessoas em situação de rua. A Secretaria da Segurança, através da Guarda Municipal e a Secretaria de Obras acompanharam a Abordagem Social.
Foram abordadas 15 pessoas em situação de rua e usuários de drogas, nas duas marginais, mas nenhuma delas aceitou a oferta da Casa de Passagem, onde podem tomar banho e alimentar-se.
A Secretaria de Obras realizou a limpeza dos locais.
Índígenas no centro
Tomalih disse que a questão dos indígenas que todos os anos vem a Balneário Camboriú nesta época, é preocupante, porque os números só aumentam e a população pede providências.
“Esta situação se repete todos os anos, é uma questão grave, porque alguns vendem seus artesanatos, mas muitos estão mendigando e passam o dia agrupados nas calçadas com muitas crianças”, disse.
Na última semana do ano, a reportagem flagrou um indígena montando uma barraca, na avenida Brasil e perguntou se ele tinha autorização da prefeitura. Ele respondeu que não precisam de autorização, porque eles têm ‘passe livre’.
Há alguns anos, a prefeitura ofereceu espaço para montagem de barracas na Feira da Cultura, na praça Higino Pio, mas eles não aceitaram, alegando falta de movimento naquele local.
“Eles vem com todos os direitos, mas a situação precária em que vivem nas calçadas, com crianças pequenas, além de perigosa, é insalubre. Solicitei reunião com a promotoria pública para estudar o que podemos fazer na próxima temporada”, disse Tomalih.
Os índígenas estão alojados em área anexa à Casa de Passagem, onde a prefeitura instalou banheiros e chuveiros para 50 pessoas, mas vieram mais de 200, segundo informou o secretário da Inclusão Social.