O Grande Parque com mais de 400.000 metros quadrados de área verde, que o prefeito Fabrício Oliveira anunciou no começo da semana na Câmara de Vereadores, durante audiência do Plano Diretor, no momento não passa de mais uma ideia, dentre as tantas que ele lança para a comunidade e depois não acontecem.
Essa grande praça, seria limitada pelas ruas 904, 2.550, Quarta Avenida e Bairro dos Municípios -que seria acessado por elevados sobre a BR-101.
O morador que quisesse vender voluntariamente sua casa, para construção da praça, receberia indenização da prefeitura, com dinheiro obtido através da venda de potenciais construtivos para a construção civil, no entorno da praça.
No papel a ideia é ótima, pois evita o adensamento e qualifica a cidade, mas o problema maior é que o prefeito raramente transforma em realidade as propostas.
Fabrício assumiu com o Plano Diretor atual prevendo três praças centrais, todas na Avenida Brasil: uma na antiga casa do ex-prefeito Harold Schultz; outra onde era o supermercado Vitória e outra onde funcionou até pouco tempo atrás o Itaú.
Nenhuma das três se concretizou e a alegação é que a cidade necessitava que o dinheiro das operações consorciadas fosse aplicado em outras áreas.
Depois o prefeito surgiu com a ideia de outro parque, sob a ponte da 3700, quando desapropriou o restaurante River, mas o local continua sem parque algum.
Em abril de 2021, Fabrício apresentou pomposamente um “masterplan”, desenvolvido pelo Escritório Jaime Lerner, que estabeleceria as diretrizes para o futuro da cidade, mas nada daquilo se concretizou.
Também havia a proposta do prefeito de criar um grande parque no bairro Nova Esperança, usando as lagoas da Emasa, mas essa nova ideia também só ficou no discurso.
A expectativa da audiência pública era outra, a de que o prefeito e seus secretários comparecessem para apresentar a posição do governo em relação ao Plano Diretor, mas isso não ocorreu, ficou na ideia da praça.
Fabrício é um político profissional midiático, parece mais preocupado com sua carreira política, mesmo que isso endivide a cidade e onere o consumidor, do que em resolver as necessidades. Foi assim, por exemplo, quando ele reajustou o preço da iluminação pública, em novembro de 2017, para enterrar a fiação elétrica na Avenida Brasil, mas passados seis anos só concretizou o aumento no bolso do cidadão.
SPERNAU FOI MAIS CLARO
Consultado na manhã de terça-feira pelo Página 3, o secretário do Planejamento, Rubens Spernau, foi mais explícito:
“Continuarão (na área da praça) os mesmos índices de hoje e uma eventual nova construção ou reforma seguirá sendo autorizada. Uma lei específica regerá as potencialidades adicionais e sua área de abrangência para custear/permutar as áreas. Não existe qualquer insegurança.
Ele foi além: “o que existe até hoje na cidade é um desejo generalizado de verticalizar tudo, acreditando que isto gerará ganho de preço. Sabemos que este é o caminho mais curto para o caos e a desvalorização. A função social da terra precisa estar presente em nossas discussões, sem gerar prejuízos, valorizando a cidade”, finalizou Spernau.