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Balneário Camboriú
Dalton Delfini Maziero
Dalton Delfini Maziero
Historiador, escritor, especialista em arqueologia e explorador. Pesquisador das culturas pré-colombianas e história da pirataria marítima.
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A ARQUITETURA INCA

Quando visitamos as ruínas arqueológicas da américa do sul, somos tomados por uma rica informação visual e estética que aponta quem é quem no mundo pré-colombiano. Ao observar enormes plataformas de blocos de adobe, logo associamos esse tipo de construção ao litoral norte peruano, às civilizações Mochica e Chimu, com suas incríveis cidades e pirâmides de barro. Da mesma forma que enormes blocos retangulares cuidadosamente ajustados apontam para os Tiwanakus do altiplano. Já cabeças clavas esculpidas em muros podem apontar para os povos Chavín de Huántar e Tiwanaku; e templos semi-subterrâneos para os Pucaras e Caral.

São tantas as características arquitetônicas existente que, olhando para as construções incaicas, notamos sua originalidade durante as edificações chamadas “imperiais”, que diferenciavam bastante de tudo que foi realizado até o século XV e início do XVI. Contudo, é preciso entender que no mundo pré-colombiano, cada expressão cultural geralmente era integrada à alguma outra já existente. Assim, a arquitetura incaica encontra pequenas semelhanças com outras manifestações do estilo, utilizada por povos que os antecederam.

Podemos citar como exemplo as pedras meticulosamente ajustadas de Tiwanaku e Puma Punku. Quando da ascensão incaica no XIV, o complexo de Tiwanaku já se encontrava em ruinas, mas existem semelhanças indiscutíveis entre a monumentalidade dos dois povos. Podemos citar como exemplo, os antigos muros do Coricancha e de Sacsayhuaman, na antiga capital Cusco.

Também podemos citar uma interferência bastante usual dos incas em seus muros, na forma de falsas janelas e portas trapezoidais. Esse formato – levemente maior em sua base e menor em cima – foi profusamente utilizado pelos incas, mas encontra sua origem no povo Mollo, que habitou os vales termais entre o altiplano boliviano e a floresta amazônica. O formato inusitado dessa construção se deve a uma inovadora técnica de resistência aos frequentes terremotos locais.

Os incas se diferenciaram em seu conceito estético ao trabalhar a pedra de forma minuciosa e orgânica, sem deixar a rusticidade de lado. Seus muros eram sólidos e austeros, sem ornamentos e pinturas, mas de uma beleza plástica inusitada devido aos detalhes de abaulamento existente nos encaixes das rochas. Esse estilo foi usado em especial com a subida de Pachacutec Inca Yupanqui, conhecido como “O Reformador”, que remodelou a cidade de Cusco, ao que conhecemos como o auge do império. Também os incas aperfeiçoaram o uso de suas construções de maneira absolutamente integrada a paisagem. Essa harmonização com o meio ambiente atingiu seu ápice com a construção de Machu Picchu, que se adaptou com perfeição ao contorno do relevo e entorno das montanhas. O desenvolvimento dessas inovações, infelizmente, foi interrompido com a chegada dos espanhóis.

Dalton Delfini Maziero é historiador, escritor, especialista em arqueologia e explorador. Pesquisador dos povos pré-colombianos e história da pirataria marítima. Visite a Página do Escritor (https://clubedeautores.com.br/livros/autores/dalton-delfini-maziero)

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