O prefeito Fabrício Oliveira filiou ao PL seu secretário do Planejamento, Rubens Spernau, porque parece ter percebido que estava perdendo o comando da sucessão municipal para seu ex-vice-prefeito, o deputado estadual Carlos Humberto.
Acredito que foi um cartada desesperada. Fabrício conseguiu convencer Spernau a se filiar a um partido (no qual estará em péssimas companhias) na esperança de virar o jogo.
Não acredito que tenha sucesso.
É certo que distribuindo cargos e favores Fabrício comanda o PL na cidade, assim como é certo que Spernau não deixa dúvidas de ser um extraordinário administrador público, mas Carlos Humberto tem a seu favor o apoio explícito das bancadas de deputados estaduais e federais do PL -e um argumento de peso, a Lei do Romário: “O cara nem entrou no ônibus ainda e já quer sentar na janela”.
A Lei Romário me parece fundamental em favor de Carlos Humberto na definição da candidatura a prefeito, que não passa por decisão da bancada local do PL e sim da estratégia estadual.
Outros aspectos também deverão pesar:
Spernau perdeu as duas últimas eleições que participou e Carlos ganhou suas últimas três – se considerarmos a suplência a deputado estadual uma vitória, ainda que parcial.
Spernau tem credibilidade com o forte empresariado da construção civil; mas Carlos também, pois presidiu o Sinduscon de 2012 a 2016 e seu padrinho, Nelson Nitz, conduziu a entidade de 2017 a 2023.
Fui muitas vezes a locais públicos com Spernau nos últimos anos, raramente alguém do povo o reconheceu. O mesmo acontecia com Carlos Humberto mas, um dia desses, ele entrou no restaurante onde eu estava e percebi uma forte mudança : muitos o cumprimentaram e ele cumprimentou a todos.
Carios é um empresário rico e administrador bem sucedido. Spernau reúne as mesmas características.
Spernau passou por dois partidos que são opostos ao PL: o PDT e o PSDB.
Carlos sempre militou, assim como seu pai e amigos, em partidos que derivam da Arena, o partido de apoio à ditadura militar, portanto é mais bolsonarista -uma qualidade duvidosa, mas real.
De qualquer forma, seja quem for o candidato, estou feliz por não precisar sair de casa para votar.
No PL não voto nem sob tortura e contra o Spernau (se ele for o candidato) jamais votaria.