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Documentário sobre Ozzy abrange os 72 anos de vida do príncipe das trevas’

Por Mariane Morisawa, especial para o Estadão

Ozzy Osbourne, ícone do heavy metal, “príncipe das trevas”, líder do Black Sabbath, maluco que comeu um morcego no palco, astro de reality show. Mas, se você perguntar para ele mesmo quem é Ozzy Osbourne, a resposta é simples: “É um filho da classe trabalhadora. Eu estava confuso quando jovem sobre o que queria fazer na vida até escutar os Beatles. Aí soube o que queria fazer”. O documentário As Nove Vidas de Ozzy Osbourne, a ser exibido neste sábado, 20, às 23h20, no canal A&E, tenta abarcar os 72 anos de vida do astro do rock, da infância simples e a prisão ao estrelato, passando por escândalos e a reinvenção como homem de família em The Osbournes. “Eu tive a melhor vida que alguém poderia querer. Saí do nada, e minha profissão me abriu tantas portas.

Cheguei aonde nunca imaginei”, disse ele em entrevista coletiva.

Segundo Osbourne, o filme, que fala de sua prisão, de seus problemas com drogas e álcool e da atual batalha contra o Parkinson, é honesto em seu retrato. “Não houve maquiagem. O documentário mostra o bom e o mau”, afirmou ele. Sua mulher Sharon acredita que isso se deve à própria personalidade de Ozzy “É um sobrevivente. Teve uma vida incrível, enfrentou tudo o que foi colocado em seu caminho, se reergueu e se superou. É um bom homem. O que você vê é o que ele é.” Sharon enfrenta novas acusações de racismo nos bastidores de seu programa The Talk, veiculado pelo canal de TV americano CBS, mas o assunto não entrou no filme.

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Além de Sharon, o documentário traz entrevistas com os filhos Aimee, Kelly e Jack, os outros membros do Black Sabbath – o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward -, amigos e colegas da música como o produtor Rick Rubin, Ice-T, Rob Zombie, Jonathan Davis e Post Malone.

Foram muitas vidas de Ozzy em uma. Como sua filha Kelly define, ele é o verdadeiro Homem de Ferro. John Michael Osbourne nasceu em Birmingham, na Inglaterra, o quarto de seis filhos. A casa onde cresceu não tinha banheiro interno e não havia nem água e sabão direito, o que levou o cantor a dizer que sempre se sentia sujo quando criança. Na escola, sofria bullying por causa da sua dislexia. Era colocado no canto com um cone na cabeça e chamado de bobo. Aos 16, abandonou os estudos. Foi encanador, pedreiro, trabalhou num matadouro. Passou a cometer pequenos delitos, o que acabou resultando numa sentença de seis semanas por roubo.

Foi na adolescência também que ouviu os Beatles, e sua relação com a música, que já era forte, aumentou. Em 1968, ele se juntou ao baixista Geezer Butler, ao guitarrista Tony Iommi e ao baterista Bill Ward para formar a Polka Tulk Blues, que depois mudou seu nome para Earth. O som foi se transformando, ficando mais grandioso e amplificado. Como já existia outra banda chamada Earth, mudaram o nome para Black Sabbath, referência ao filme de Mario Bava com Boris Karloff.

A ascensão foi rápida

O primeiro álbum, lançado em 1970, alcançou o top 10 no Reino Unido. O segundo, Paranoid (1971), levou a banda à liderança das paradas no Reino Unido e ao 12.º lugar nos Estados Unidos, com clássicos como War Pig e Iron Man. A controvérsia sempre esteve com o grupo, que usava símbolos religiosos e místicos. A influência do Black Sabbath é inegável, sendo pedra fundamental para o heavy metal e para vertentes mais recentes do rock, como o grunge.

A tensão foi crescendo junto ao consumo de drogas e álcool, culminando na saída de Ozzy da banda. Ele continuou em carreira solo, cultivando uma imagem rebelde e meio maluca nos anos 1980, jogando carne crua na plateia e mordendo um morcego. “Creio que algumas vezes pensamos, será que esta é a última vida? Às vezes rimos porque o Ozzy dos anos 1980 não se daria bem em 2021, ele teria sido cancelado rapidamente”, disse Jack Osbourne durante a coletiva. “Só espero que ele tenha muito mais vidas.”

Em 1992, Ozzy anunciou sua aposentadoria, passou uma época com sua família, mas acabou retornando aos palcos. Em 2002, estreou The Osbourne, que transformou sua imagem de “príncipe das trevas” a paizão que levava o lixo para fora. Pouco depois, Sharon foi diagnosticada com câncer. Em 2016, o casal se separou, mas voltou. “Vamos fazer 39 anos de casados, eu o conheço há quase 50 anos”, disse Sharon. “Ele sempre esteve em minha vida e não o ter em minha vida é algo que não aceito.”

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Em janeiro do ano passado, quando o documentário já estava em andamento, ele sofreu uma queda e foi diagnosticado com Parkinson.

“Essa foi a parte mais difícil”, contou Jack. “Foi um pouco estranho fazer uma biografia neste momento, porque houve horas em que pensei que estávamos fazendo um tributo fúnebre porque foi aterrorizante.”

Sharon Osbourne disse que, na atual situação, tudo muda todo dia “Tem dias em que está ótimo, caminha, se sente bem, e na semana seguinte pode estar se sentindo mal, sem energia.” Ozzy está fazendo fisioterapia e tentando todos os tratamentos possíveis. Mas ele não desistiu de nada. Ainda quer voltar aos palcos e lançou seu 12º álbum, Ordinary Man, em fevereiro de 2020. “Ozzy não quer a compaixão de ninguém, teve uma vida incrível”, disse sua mulher “Para deixá-lo feliz, apenas dê a ele um palco.” Segundo Ozzy, sua grande preocupação é seu público. “Porque acredito ser o homem mais sortudo do mundo por poder ter essa aprovação, essa carreira tão longa e tão bem-sucedida.”

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