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BTG-Pactual prevê que nova política industrial impulsionará agroindústria e setor automotivo

(FOLHAPRESS) – Entre os setores da Bolsa que devem ser mais beneficiados pela nova política industrial do governo federal, analistas chamam atenção para a agroindústria e o ramo automotivo, incluindo peças para veículos e eletrificação da mobilidade urbana, e marginalmente segmentos ligados às novas tendências para o setor, como os biocombustíveis.

O plano do governo, lançado no fim de janeiro, traça metas e diretrizes gerais até 2033 ligadas aos seguintes setores: agroindústria; complexo industrial de saúde; infraestrutura; saneamento; moradia e mobilidade; transformação digital; bioeconomia; e tecnologia de defesa.

“É cedo para desenhar conclusões sobre os impactos nos setores que cobrimos, mas acreditamos que as orientações gerais são pró-inovação e pró-descarbonização”, dizem os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, em relatório do BTG Pactual.

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Nesse sentido, entre as companhias da Bolsa de Valores de São Paulo que o BTG analisa, o banco de investimentos vê benefícios para produtores locais de peças e equipamentos para máquinas e veículos usados no agronegócio, como as empresas Randon, Tupy e Iochpe-Maxion.

Nessa linha, o gestor Werner Roger, da Trígono Capital, acrescenta também as apostas nas companhias Schulz, Mahle-Metal Leve e a Metalúrgica Riosulense.

O incentivo ao agronegócio dentro da indústria ocorre em meio a uma participação cada vez maior do setor no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. Em 2023, a agropecuária registrou alta de 15,1% e bateu recorde no acumulado do ano no crescimento econômico do país, segundo dados divulgados na sexta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Além da agroindústria, os analistas do BTG também veem na eletrificação da mobilidade urbana uma tendência interessante para empresas como a Marcopolo, produtora de ônibus elétricos e híbridos, e a WEG, que fabrica motores elétricos e também está mais amplamente posicionada para a transição energética da indústria.

Para Roger, os incentivos do governo aos carros híbridos também levam a crer que haverá ainda benefícios marginais no programa industrial a empresas ligadas a biocombustíveis, como São Martinho e a Raízen.

Especialistas também mencionam a Embraer, que pode ser beneficiada por um orçamento maior para projetos locais inovadores de defesa.

Desde que foi anunciada a nova política industrial, no dia 22 de janeiro, as ações da Embraer e da Marcopolo sobem cerca de 20% na Bolsa. A WEG se valoriza mais de 10%. A Riosulense cresce cerca de 5%.

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Já a Iochpe-Maxion, a Tupy, a Schulz, a Mahle e a Randon registraram pouca variação.

O preço da maioria das ações da Bolsa ainda não reflete a nova política industrial, o que esboça a falta de clareza nas metas, que pode resultar em poucos ganhos no conjunto da economia do país, segundo especialistas.

O banco Inter, por exemplo, chama a iniciativa de “a nova velha política industrial”, já que praticamente todos os governos implementaram alguma versão de medidas de incentivo à indústria, segundo o banco, sendo que o atual esforço não parece muito diferente dos anteriores.

“É estabelecida alguma meta ambiciosa, o dinheiro é alocado, mas o resultado quase nunca é auferido”, diz o analista André Valério, em relatório do Inter. “As metas impostas [no atual programa] são um tanto quanto vagas e de difícil mensuração.”

Valério cita como exemplo justamente o incentivo à agroindústria, que ele afirma ser um termo sobre o qual falta consenso.

“No nosso caso, consideramos como parte da agroindústria os setores de abate e produtos de carne; laticínio e pesca; fabricação de açúcar; outros produtos alimentares; bebidas; fumo; produtos têxteis; artefatos de couro; produtos de madeira e de celulose; e produtos de papel”, diz.

Segundo o analista, na maioria das vezes, as políticas industriais no país implicam benefícios para uma minoria com custos para a maioria, e pouco resultado prático.

“O foco deveria ser incentivar os setores que fornecem muitos insumos para outros setores, justamente porque esses setores sofrem com as distorções existentes nos mercados subsequentes, tendo um tamanho menor do que o ideal”, afirma o analista.

É por isso que Werner Roger, da Trígono, diz que, sem corrigir o problema de competitividade gerado pelo aço chinês, será difícil incentivar a indústria nacional, já que a siderurgia é responsável por abastecer grande parte do setor.

No quarto trimestre, as vendas de aço pela Gerdau caíram 3,6% como reflexo “do cenário global da indústria do aço, com a continuidade da alta penetração de produtos importados”, disse a companhia em seu balanço trimestral.

Em um cenário com excesso de oferta global e de imposto de importação do aço no Brasil abaixo do que no exterior, o aço da China compete com o brasileiro a um preço menor, prejudicando a indústria siderúrgica, que está com muitos fornos parados por causa da alta na oferta.

“Nós exportamos minério de ferro de alta qualidade, esse minério vai através da Vale e outras empresas e volta como aço chinês. Então, Gerdau, Usiminas, AcelorMittal criticam porque o Brasil tributa o aço importado em 11%, sendo que Europa, Estados Unidos, México e outros países tributam em 25%”, diz Roger.

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