A juíza eleitoral Dayse Herget de Oliveira Marinho, responsável pela 56ª Zona Eleitoral de Balneário Camboriú adotará algumas medidas para não se repetirem situações que aconteceram no primeiro turno, que foi tranquilo, mas com muitas reclamações por causa das filas.
Esta semana, a juíza Dayse conversou com o Página 3 e explicou o que espera do pleito, assim como fez na véspera do 1º turno (relembre aqui)
Sobre o 1º turno ela analisa que o momento foi tranquilo, somente com um registro de termo circunstanciado por boca de urna. O que não foi tranquilo foram as filas que se formaram em praticamente todos os colégios eleitorais de Balneário Camboriú.
“Acredito que 2º turno por si só vai ter menos fila por conta do número de candidatos, são só dois votos, e as pessoas tendem a levar menos tempo para votar. Acredito também que não vai haver aquela coisa de todo mundo ir de manhã, e filas foram formadas cedo… à tarde já estava um pouco mais tranquilo”, diz.
Biometria
A juíza aponta que os problemas ocorridos com a biometria podem se repetir e que quanto a isso ‘não há o que fazer’.
“Com muitas pessoas, principalmente idosos, a digital não funciona ou demora, e a urna não consegue ser liberada se não houver quatro tentativas de biometria. Se não der certo as quatro, aí libera com documento e número do título”, comenta.
Ordem de prioridade nas filas

O que a juíza determinou de mudança foi quanto a prioridade nas filas. Ela lembra que existe a lei que os idosos podem passar na frente, assim como PCDs, mas que liberar somente idosos causa transtorno, já que os 60+ vão chegando e passando na frente de quem já estava esperando muito tempo.
“As pessoas ficavam na fila uma, duas horas, e chegavam mais preferenciais e furavam a fila. O que eu determinei foi a ordem de um preferencial e um normal. Pode dar briga, o idoso vai falar da prioridade, mas a justificativa é que fazem um idoso e um não até em banco. Se tivesse uma urna prioritária e outra normal, ok, mas só temos uma urna por sessão. Mas claro que os secretários também têm autonomia para dar prioridade para quem precisa, como pessoas vulneráveis e idosos fragilizados. É o mais justo a se fazer para organizar as filas, considerando a experiência do primeiro turno”, acrescenta, pedindo que os eleitores não vão todos logo pela manhã votar e assim evitar filas.
Sessões terão sinalização melhor
Dayse aponta que outra mudança será na sinalização das sessões, como no caso do Centro Educacional Municipal (CEM) Vereador Santa, que possui um corredor estreito, sem janela, com quatro filas de um lado e quatro de outro, além do COC, onde os eleitores iriam justificar o voto.
“As pessoas não sabiam nem em qual fila ir. Por isso, aumentamos também o número de fiscais eleitorais, que ajudam nas filas. Estamos tentando melhorar o máximo possível. No Santa vou pedir apoio na melhoria das sinalizações de cada sessão também. Mas peço que os eleitores tenham paciência, é um dia só, um domingo pela democracia. É preciso bom senso, menos discussão em fila, respeito… pois tentamos fazer o melhor possível. Há grande dificuldade de espaço, mudar a sessão de lugar também não daria, porque pode causar transtorno maior”, diz.
Juíza relembra: urnas são seguras
Na era das fake news, muitas pessoas questionam se as urnas são seguras ou se é possível fraudá-las, até mesmo com eleitores afirmando terem visto ‘pendrives’ serem inseridos – o que não é verdade.
“Não tem pendrive na urna! Acontece de a urna falhar. No primeiro turno duas falharam em Balneário (nos colégios João Goulart e no Maria da Glória) e isso acontece em todo o Brasil. Nós fazemos a testagem (que é teclar, ver se aparecem todos os números, as fotos dos candidatos e o resultado total, a mídia de resultado), terminamos na quarta-feira (26), e se elas apresentam problemas, reparamos ou trocamos. Temos urnas para substituir. Pode ter problema e é normal. Mas lembrando: não tem como inserir e nem retirar nada da urna, ela é toda lacrada, com lacre feito na Casa da Moeda”, explica.
Crimes eleitorais
Questionada sobre os possíveis crimes eleitorais e como a Justiça Eleitoral atua, mas que é dever dos cidadãos denunciarem.
“Quando alguém toma conhecimento de crime eleitoral, deve fazer denúncia no app Pardal, e cai direto para nós. A pessoa pode chamar a polícia também. Nós fizemos reuniões com as polícias Militar, Federal e Guarda Municipal, e eles sabem como proceder. No dia da eleição, a pessoa pode procurar direto a Justiça Eleitoral, policiais e guardas. As pessoas têm a infeliz mania de postar fake news nas redes sociais, sem checar. Não podem falar que a Justiça Eleitoral não tomou providência, porque nós não ficamos olhando Instagram e grupos. Por isso, precisamos que a comunidade denuncie. Se chegar para nós, vamos tomar providência”, informa.
Pós-eleição
Dayse diz que há apreensão quanto ao pós-eleição, tanto pelo lado das manifestações positivas quanto negativas, mas que acredita que em Balneário não deve acontecer nada anormal, como brigas (lesão corporal) ou dano ao patrimônio – o que pode acontecer em cidades maiores, por exemplo.
“Mas as polícias e GM estão preparadas e teremos também policiamento reforçado no Cartório Eleitoral”, acrescenta.
Recado ao eleitor
A juíza deixou um recado especial ao eleitor: que fique atento aonde é a sua sessão e que tenha calma e paciência, evitando brigas nas filas.
“As filas estavam realmente enormes e desconfortáveis, mas é preciso calma e respeito. É preciso bom senso! Se eu verificar tumulto por desrespeito a qualquer cidadão, vou conversar e advertir e vai haver prisão por desacato. Peço também que as pessoas não deixem de votar, se chegou antes das 17h, vai votar. Não é porque passou das 17h que a urna vai parar. Todos que chegam até às 17h, votam. Respirem fundo e votem, e tenham paz no coração!”, completa.