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Balneário Camboriú

Frio segue intenso em Balneário Camboriú e Defesa Civil alerta que comunidade se cuide

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O diretor da Defesa Civil de Balneário Camboriú, Fabrício Melo, disse ao Página 3 na manhã desta quinta-feira (29) que os alertas da Defesa Civil de Santa Catarina permanecem – e que a situação saiu do laranja para o vermelho. 

“Realmente está fazendo muito frio! E o alerta segue até, pelo menos, sábado (31). O mais importante é o trabalho que a Inclusão Social está fazendo junto aos moradores de rua, e também apoiamos a ONG Viva Bicho, disponibilizamos lonas para eles e os ajudamos a cobrir os canis, protegendo os animais. Até o momento a estrutura municipal está suprindo a demanda e não tivemos nenhuma reclamação. Os abrigos montados para os andarilhos estão lotados, o que demonstra que atendemos esse público que era um dos nossos objetivos”, diz. 

Fabrício lembra que os cuidados precisam continuar, como se agasalhar bem, manter-se hidratado, evitar lugares fechados e com muitas pessoas, e seguir os protocolos de prevenção ao Covid que também protegem de outros vírus como lavar as mãos, usar máscara e não aglomerar. 

(creditos – Ivan Rupp / Divulgação/PMBC)

Abrigos para pessoas em situação de rua estão lotados 

Abrigos lotaram nos dois primeiros dias (Divulgação/PMBC)

A prefeitura de Balneário abriu três abrigos (contando com a Casa de Passagem, espécie de albergue municipal e ainda um anexo à Casa e outro na Igreja Luz da Vida), com 180 vagas para pessoas em situação de rua e quem precisasse de um lugar para ficar nestes dias de frio. 

Os abrigos permanecerão abertos até a próxima semana [até passar a onda de frio, com exceção da Casa de Passagem, que é permanente]. 

Segundo a secretária de Inclusão Social, Christina Barichello, os abrigos estão praticamente lotados (restavam, nesta manhã de quinta-feira (29) cerca de cinco vagas).

“O morador de rua é flutuante, pode ser que não conseguimos acolher todos, porque há pessoas que estão em Balneário hoje e amanhã não estão mais. Permitimos que eles levassem os animais deles, colocamos caminha para os cães perto das camas deles, o que foi um facilitador porque eles nunca querem se separar de seus animais. Entre ficar na rua se drogando e morrer de frio, eles optaram por não morrer de frio e aceitaram ir para os abrigos”, explica. 

Christina aponta que a situação é complexa, porque a prefeitura gasta muito mantendo os moradores de rua. Segundo ela, são cerca de R$ 4 mil/mês para cada morador (sendo R$ 50/dia somente de alimentação). 

“Temos que ter funcionários 24h para fazer as rondas, mas mesmo assim eles [os moradores de rua] são incentivados a ficarem nessa situação porque ganham esmola, alguns conseguem diariamente mais de R$ 300 e vai tudo em droga. Fizemos um censo no início do ano que aponta que 99% deles são viciados em álcool e/ou drogas e 72% deles têm problemas com a polícia. Já abordamos um com 82 passagens, que havia cometido 30 estupros, mas estava na rua morando em Balneário porque já havia cumprido a pena”, acrescenta. 

Dos 180 que estão abrigados do frio, a secretária vê que apenas 10% deve aceitar algum tipo de ajuda. No abrigo da Luz da Vida foram encaminhados os que aceitaram apoio – cerca de 30 moradores. 

“A maioria só aceitou para se proteger do frio, mas estamos com a Polícia Militar e Guarda Municipal nos apoiando, porque imagina termos mais de 100 moradores de rua em um lugar. É complicado. Mas estamos tendo muito apoio das outras secretarias também, assim como da Defesa CIvil e EMASA. Todos estão empenhados em ajudar”, pontua. 


Pneumologista alerta para agravamento de problemas respiratórios com a chega de frio intenso 

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FOTO: Pneumologista Pedro Alves Cabral (Waldemar Cezar Neto)

O inverno por si só já é ruim para quem tem problemas respiratórios, mas essa onda de frio que chegou em Balneário Camboriú pode ser ainda mais prejudicial. O pneumologista Pedro Alves Cabral Filho conversou com o Página 3 e alerta para o possível agravamento dos problemas respiratórios.  

Segundo o médico, a própria mudança de temperatura ‘quebra’ a homeostase do corpo, deixando pessoas que possuem alguma alergia, como asma, rinite e sinusite e ainda doenças pulmonares obstrutivas crônicas (como bronquite crônica e enfisema pulmonar) ainda mais ‘sensíveis’. 

“Todas essas patologias podem ser exacerbadas com o inverno e com esse frio intenso que chegou, crises podem acontecer, já que houve uma mudança brusca de temperatura. O inverno por si só já é complexo, e essas temperaturas mais baixas tornam a situação mais delicada para as complicações respiratórias”, analisa. 

O pneumologista aponta que por estar mais frio, as pessoas optam por ficar com as janelas fechadas, seja em casa como também nos escritórios e, com isso, os vírus circulam com mais facilidade. 

“Recomendo lugares ventilados e amplos, evitando aglomerações, sempre que possível lavar as mãos. O mesmo protocolo do Covid pode ser aplicado para outras viroses, já que quem tem alergia acaba tendo a gripe como um ‘gatilho’ para a doença. O vírus que mais circula hoje é a Covid-19. O Coronavírus é uma gripe, mais forte e mais letal, mas é um vírus da gripe também. Outros vírus seguem circulando, mas com menos proporção do que nos outros anos, e isso é por conta da mudança de hábitos, como uso da máscara, distanciamento social, higienização de mãos. A cultura da máscara deveria ficar, com quem estiver resfriando optando por usar e assim proteger a si e aos outros”, diz. 

Cabral aproveita para citar que pacientes que tratam problemas respiratórios como asma e rinite não podem deixar de usar a medicação. 

“Os medicamentos protegem o paciente, evitando que ele tenha crises. Se usar a medicação prescrita, nos horários certos, tem menos chance de ter uma piora no quadro. A alimentação saudável, prática de exercícios regulares, bom sono e hidratação também ajudam na imunidade”, completa.


Na UPA Nações e PA da Barra aumentou o número de pacientes com quadro gripal 

(Divulgação/PMBC)

Por conta do frio, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro das Nações e o Pronto Atendimento (PA) do Bairro da Barra tiveram aumento na procura por pacientes com sintomas de gripe, segundo a gestora das unidades, Aline Leal. 

“Nessas duas últimas semanas notamos um aumento no atendimento, acredito que se deu tanto por essa onda de frio como também pelas férias. Teve dia que tivemos mais de 332 atendimentos. A média da UPA Nações é 287 atendimentos/dia, enquanto no PA da Barra de 174 a 220/dia. Boa parte dos pacientes têm sintomas de problemas respiratórios e quadros gripais. Crianças e idosos vêm sendo o público principal. Somente crianças, na UPA Nações, atendendo 1117 neste mês de julho, que ainda não acabou. A maioria apresenta quadro gripal”, diz.  

Aline aponta que há a preocupação porque o medo pelo risco de contrair Covid diminuiu, com as pessoas dizendo já terem sido vacinadas ou então sabendo que é ‘só uma gripe’.

“E não é, é perigoso, continua sendo. As pessoas terem perdido o medo é preocupante, por isso frisamos que o uso de máscara continua sendo obrigatório, ninguém entra sem. Deve continuar a prevenção, higienização das mãos, quem positivar para Covid deve ficar isolado, pois há ainda o receio da nova variante, como a Delta, que já chegou em Itajaí. O Covid continua e por isso temos que seguir com as medidas preventivas”, comenta. 

Mas há uma boa notícia no PA e UPA: a diminuição do número de testagens e casos positivos. 

“Em junho na UPA testamos 160 pessoas, 78 positivaram e 82 negativos e no PA da Barra 120 testes, 35 positivos e 85 negativos; já em julho na UPA foram 65 testes, 19 positivos e 46 negativos, e no PA 105 testes, sendo 25 positivos e 80 negativos. Em média encaminhamos da UPA para o Centro Covid 70 pessoas/dia e do PA 30 encaminhamentos/dia”, completa. 

A UPA e o PA também participaram de uma ‘gincana do bem’ promovida pelo IMAS (Instituto Maria Schmitt), que administra a gestão de pessoas das unidades, onde conseguiram arrecadar mais de mil peças para a campanha do agasalho municipal. As roupas foram encaminhadas para a Secretaria de Inclusão Social.


Comércio
notou aumento
nas vendas 

A empresária Luciene Cristine Vieira, que é membro da diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Balneário Camboriú, é proprietária de duas lojas da cidade, a Luciene Calçados e Confecções, e a Shopmasp – Artigos Esportivos, conta que tem muita gente procurando roupa de

“Isso nos deu um aumento de vendas em torno de 20% em relação às últimas semanas. Muita gente procurando roupa de frio, muita! Talvez tivéssemos até vendido um pouco mais se tivéssemos nos organizado e nos preparado para isso, porque confesso que, por estarmos passando por momentos difíceis [com a pandemia] estamos selecionando muito as peças e realmente Balneário foca mais no verão, acredito que a maioria dos lojistas passa por isso. Nunca temos um frio como esse, e realmente as pessoas foram atrás de peças como meia-fina, agasalhos, pessoas que viajaram para a Serra, e também jaquetas de couro para quem anda de moto, mas realmente não estávamos preparados, e poderíamos ter vendido mais se tivéssemos mais peças”, explica.


Fondue uma boa opção para dias frios m(Divulgação/BC Convention)

12º Balneário Saboroso vai até domingo: público terá um dia a mais para aproveitar o festival gastronômico 

Para esses dias mais gelados há opções como fondue, risotos, massas, dentre outros 

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FOTO: Fondue uma boa opção para dias frios (Divulgação/BC Convention)

O festival gastronômico Balneário Saboroso segue até domingo (1º) sendo uma boa opção para os dias frios que vêm fazendo. Estão participando desta 12ª edição 27 restaurantes, com menu completo (entrada, prato principal e sobremesa) por R$ 69,90 [confira a lista completa no final desta matéria]. 

O Balneário Saboroso é organizado pelo Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau (BC Convention). A presidente da entidade, Margot Rosenbrock Libório, disse com exclusividade ao Página 3 que o evento terá um dia extra (até domingo, 1º) a pedido dos restaurantes participantes. 

“Já estamos muito satisfeitos com o resultado e, por isso, decidimos fazer o dia extra, para que os moradores e turistas tenham todo o final de semana para aproveitar o festival. Essa edição está sendo melhor do que esperávamos, considerando tudo o que foi vivido. Conseguimos fazer um evento muito interessante, os restaurantes se superaram nos menus que criaram, e ainda há os vinhos que harmonizam com os pratos. O valor (R$ 69,90 menu completo – entrada, prato principal e sobremesa) é bom, e proporciona uma experiência gastronômica. Esperamos que esse último final de semana feche o evento com chave de ouro”, diz. 

Para quem prefere aproveitar o Saboroso com mais tranquilidade, pode ir aos restaurantes durante a semana, já que o festival acontece todos os dias. Basta chegar e pedir pelo menu do Balneário Saboroso. 

“Com esse frio que vem fazendo, muitas pessoas se sentem motivadas a irem no festival. Muitos já estão vacinados e isso também encoraja o público a sair, voltar a consumir. Um clima de maior tranquilidade vai se instalando. As pessoas perceberam a importância da vida social. Não é como antes, mas está voltando aos poucos. As pessoas querem sair, há uma demanda reprimida, e se a vacina continuar efetiva como está, com o Covid mais controlado, já pensamos que teremos um verão muito positivo”, acrescenta.

Restaurantes participantes 

  • Blackpot Fondue Restaurant 
  • Cedrus Restaurante 
  • Champanhe Restaurante & Bar 
  • Chaplin Restaurante 
  • Classic Car Show 
  • Farm Fresh Foods 
  • Guacamole Cocina Mexicana 
  • Indaiá Restaurante 
  • Kaitô Lounge Sushi – Cozinha Asiática 
  • Kombina Felice 
  • Mity Sushi 
  • Mood Restaurante 
  • Mundo Selvagem 
  • Ostro Cozinha & Vinho 
  • Papparella 
  • Pecorino 
  • Pizza do Pirata 
  • Poke Luau 
  • Puppilo Pizza 
  • Quatro 7 
  • Restaurante Recreio 
  • Restaurante Telhadão 
  • Restaurante Sabores do Mar 
  • Soho Restô Bar 
  • Taj 
  • Thai Garden – Asian Cuisine 
  • Yujin Temakeria.

OPINIÃO

488° da Quarentena…e o ‘frio-do-século’

Hoje 28/7/2021, aqui em São Pedro/Urubici, de manhã cedo

(menos ) -2°C. E tem gente que não acredita no aquecimento global …

Hélvion Ribeiro

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FOTO: Hélvion com o neto Arthur (Arquivo Pessoal)

Quando eu era jovem – 50 anos atrás  – nas férias de julho aqui em Urubici, saía toda noite, e quando chegava em casa de madrugada, TODAS  as noites o termômetro  estava abaixo de 0°C. E geava os 30 dias.

Neste mês de julho atual, geou sete vezes e tivemos em sete dias,  temperaturas pouco abaixo de zero.

Sou apaixonado por (boas) Universidades.       

Há uns anos fui conhecer a belíssima cidade de Heidelberg, que teve a primeira Universidade da Alemanha, de 1386 e onde o ex-governador Hercílio Luz, estudou. No hotelzinho, vi umas fotos de neve e falei para a proprietária que no Natal, devia ser muito bonito com neve, ali. Ela respondeu: 

– Faz 20 anos que não neva aqui em Heidelberg no Natal!

Quando criança aqui na Serra Catarinense no inverno era duro!

Casas de madeira, calçados precários, lenha  difícil, semana de frio congelante, sem fogão a gás, energia elétrica ruim. Casas com goteiras, roupas inadequadas…

A gente acendia o fogão com dificuldade, às vezes lenha molhada …

Quando você respirava saía um vapor quente da boca, e se era duro deitar na cama de colchão-de-palha gelada, era difícil sair dela de manhã. Então ficava só com o

‘focinho’ de fora das cobertas.

Na escola, quase todas as crianças descalças , tinha que ficar batendo o pé para não enregelar e quando saía um solzinho, as professoras colocavam a turma na rua para aquecer um pouco. 

O equipamento apropriado mais usado (Arquivo Pessoal)

Dentro de casa quem entrava ia aquecer as mãos geladas no cano do chaminé do fogão, que também servia de secador de roupa. Era comum caminhar nas ruas de barro quebrando o gelo, que se formava de noite nas poças de água. 

Às vezes passavam semanas com vento, chuvas e frio. A umidade era grande e a vegetação muitas vezes mais que hoje. Os rios enchiam e muitas famílias ficavam semanas ilhadas. Ainda assim, só vi relatos que duas crianças tinham morrido  de frio.

Durante minha vida por aqui, só vi neve na cidade três vezes e faz muito tempo. 

Hoje quando ouço estas previsões catastróficas de frio – que se repetem todos os anos – fico com pena dos meteorologistas.

Há  que se ficar atento para não decepcionar as pessoas.

Quando se fala no frio da Serra Catarinense, tem que se lembrar que as temperaturas mais baixas são dados nos pontos mais altos.

As cidades ficam mais em baixo. 

A cidade de Urubici – natureza fabulosa –  fica a 925m. de altitude. O famoso Morro da Igreja, fica a 1.822m.!

Urupema, a cidade mais fria, fica a 1.350m. e o seu Morro das Antenas (despovoado) fica a 7 km. da cidade e a 1.700m. de altitude.

A cidade de São Joaquim, está a 1.425m. de altitude.

O sensacionalismo fake do frio, não desmerece a beleza estonteante, fascinante, belíssima e assustadora da natureza nesta região.

O frio extremo não beneficia o turismo. 

Na Alemanha pude visitar o Ninho da Águia, feito pelos nazistas para o Füher. Alguns dizem que é o lugar de montanhas mais bonito do mundo e é  mesmo. Mas falta dizer que aquela atração turística de primeira  grandeza fica fechada seis meses por ano, por causa da neve.

Atualmente aqui na Serra, o frio está bem mais ameno que décadas passadas. Está digamos suportável, exceto uns poucos dias quando durante a madrugada e de manhã, fica realmente difícil. 

A gente sempre procura manter lenha (de madeira perecível) em estoque. Penso que um terço das casas tem fogão a lenha ou lareira. A calefação  – comum no hemisfério norte – é  quase inexistente por aqui.

Em Urubici não tem moradores de rua.       

Acho que miséria  mesmo, também não tem. Há  doação de roupas e cobertas.

Faltam trabalhadores braçais e domésticos . Quem quer trabalhar tem emprego. 

Quando está muito frio, o trabalho braçal  é difícil no começo,  mas depois o corpo esquenta.

A alimentação vai pelo lado de comida quente: pinhão, feijão,  linguiça, quentão, café bem quente, guisado de carne,   torresmo, vinho…  e tem uma boa turma que gosta de uma cachacinha.

Então a vida segue com frio, mas sem a angústia do gelo e abençoada muitas vezes como agora,  com 1°C, um céu azul sem nuvens ou vento, e um franguinho caipira na panela do fogão a lenha.

…segue a saga…

  • Hélvion Ribeiro é cirurgião dentista aposentado, reside em Balneário Camboriú e ‘veraneia’ em Urubici
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