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Balneário Camboriú
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Prefeitura espera que projeto final da revitalização seja entregue até janeiro

O projeto da revitalização da beira mar, feito pelo Escritório Índio da Costa, está em fase de finalização e deve ser entregue até fim de janeiro à prefeitura de Balneário Camboriú. Ele foi apresentado pela primeira vez, em vídeo, para a comunidade no último sábado (4) durante o evento de lançamento do alargamento da faixa de areia da praia central.

O Página 3 conversou com dois dos secretários que acompanharam de perto toda a questão envolvendo o alargamento, desde os trâmites das liberações ambientais, como ainda projeto do alargamento e agora estão envolvidos também com a revitalização, Maria Heloísa Lenzi, do Meio Ambiente, e Rubens Spernau, que comanda a pasta de Gestão Governamental, além de ser ex-prefeito de Balneário, e acompanhar toda a história do esperado alargamento, algo que começou a ser discutido ainda na década de 70 e de forma mais intensa nos anos 90.

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Ideia era fazer um protótipo da revitalização para o verão, mas ficará para 2022

Os profissionais do Escritório Índio da Costa sugerem muito verde na orla de Balneário, prefeitura quer fazer um protótipo para a comunidade entender como será (foto Escritório Índio da Costa)
Rubens Spernau (Divulgaçao/PMBC)

Rubens Spernau salienta que o projeto de revitalização da orla ainda está em ‘fase preliminar’. 

“São muitos temas discutidos, a partir do momento que esse projeto esteja formatado entre arquitetos, e a versão final seja entregue, o que deve acontecer até fim de janeiro, vamos apresentar oficialmente para a comunidade”, explica.

Spernau aponta que há ‘muitos aspectos’ que são discutidos com frequência [houve reunião na última segunda-feira (6)] como materiais que os arquitetos sugerem que sejam utilizados e custos deles. 

“O escritório faz as propostas, mas temos que alinhar com a questão de investimento. Está próximo de ser finalizado, não falta muito tempo para termos tudo totalmente definido”, comenta.

O projeto prevê mais espaço para o público, com calçadão amplo, pista para corrida e outra especial para bikes e modais (foto Escritório Índio da Costa)

Spernau é engenheiro e lembra que havia a ideia de fazer um protótipo [um trecho de 200m] do que vai ser a revitalização já para esta temporada 2021/2022 para que turistas e moradores pudessem ter uma ideia do que vem pela frente, mas não será possível. 

“Infelizmente, não houve tempo hábil para construir agora para a temporada, mas seguimos com a ideia de fazer o protótipo, sim. Mesmo que não seja agora para a temporada, é algo para os moradores verem, pessoas que conhecem mais a cidade e que têm uma capacidade maior para avaliar, sugerir, de repente alterar algo no uso do próprio espaço”, acrescenta. 

O protótipo inclusive foi protocolado junto ao IMA e SPU.

“Mas estamos verificando as questões financeiras. Esse trecho de 200m custaria em torno de R$ 10 milhões, com todo o mobiliário”, afirma.

Obra da revitalização tende a ser executada em dois anos

Rubens acredita que a obra seja finalizada em dois anos, e que o ideal é ir fazendo por trechos de um em um quilômetro ou de 500 em 500m, começando em um ano, parando para o verão e terminando no outro ano. 

“O melhor caminho pode ser licitar a obra como um todo, mas podemos criar um cronograma para fazer um trecho para um verão e outro ano o restante. Penso que fazer tudo em um ano pode impactar demais, é mais prudente usar dois anos. Não podemos transformar toda a nossa orla em um canteiro de obras”, diz. 

Imagem mostra o calçadão e a faixa de areia, que continuará ampla mesmo com o plantio da restinga, uma preocupação de muitas pessoas (foto Escritório Índio da Costa)

O secretário esteve presente na inauguração do alargamento e disse que percebeu que a apresentação do projeto gerou ‘inquietude’ no público presente. 

“Não sei se a maioria aprovou, mas vamos coletando um arcabouço de informações interessantes para, de repente, irmos alterando algo se necessário, mas ao meu ver é um projeto que traz as informações solicitadas por nós – é um espaço democrático, onde o protagonista é o cidadão, o turista, o morador. Tende a melhorar a mobilidade também – a micromobilidade está sendo bem atendida, para corrida, bicicleta, com eixo de serviço – rota de fuga em eventual problema, algo que não temos, já que engarrafa tudo. Contempla também o transporte público. Além das questões ambientais, com as restingas e 60 acessos via passarela para não prejudicá-las. Acredito que conseguiremos conviver bem com elas [as restingas]”, comenta.

Orçamento está sendo definido

A prefeitura já tem uma ideia do orçamento, mas os valores só serão divulgados após o projeto final ser apresentado (foto Escritório Índio da Costa)

Quanto ao orçamento da revitalização completa da Atlântica, Rubens pontuou que prefere esperar o projeto final chegar, para assim poder falar o valor estimado real. 

“Há outro escritório fazendo a parte dos projetos complementares – detalhamento de materiais, orçamentário, etc. O nosso objetivo é que o projeto seja entregue em condições para ser licitado como obra. Já temos noção de valores, mas noção exata teremos somente após o término do projeto. Temos caminhos orçamentários, mas temos que definir como executar, de onde o recurso virá, se utilizaremos empréstimo. Temos várias alternativas. Podemos concessionar algumas coisas, tudo isso está sendo analisado; há locais no projeto que mostram onde há possibilidade de serem concessionados”, comentou, afirmando que seguirão o ‘caminho certo’ para fazer o pagamento ‘sem nenhum problema para o município’.

Restinga já foi licitada, mas ainda cabe recurso

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Secretária do Meio Ambiente defende a importância do plantio da restinga (foto Escritório Índio da Costa)

Maria Heloísa Lenzi (Divulgaçao/PMBC)

A secretária do Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Lenzi, contou ao Página 3 que já há uma empresa responsável pelo plantio das restingas da praia central, porém ainda cabe recurso na licitação e a segunda colocada pode manifestar-se. 

“A vencedora, pelo menor valor, foi a IGARA – Engenharia Ambiental. Duas empresas estavam tentando, e a outra ainda pode pedir recurso, temos que aguardar. Tendo a vencedora oficial, vamos chamá-la porque o assunto é muito específico. Eu desconheço outra cidade que tenha feito algo assim, iniciando do zero. Nós não temos nada de restinga na praia central atualmente e vamos plantar em uma extensão que é muito grande”, explica.

O verde se conecta com a modernidade do projeto (foto Escritório Índio da Costa)

Segundo Maria Heloísa, será feito um plano de trabalho além daquele que já foi ‘desenhado’ pela prefeitura, para saber o que é possível fazer de fato. 

“A empresa deve ter mais experiência do que nós e nos apresentará algo de fato realista, no sentido de tempo da produção das mudas. Tudo terá que ser definido junto com eles, com cronograma estabelecido junto ao IMA para iniciar o plantio somente após a temporada, porque ainda temos que produzir as mudas; diante disso, vamos definir quando iniciaremos o plantio – o objetivo é começar a plantar as mudas na praia no primeiro semestre de 2022”, informa. 

Restinga não irá atrapalhar a visibilidade da praia

Muitas árvores também serão plantadas, e as amendoeiras continuarão na orla (foto Escritório Índio da Costa)

Conforme o projeto, a praia de Balneário deixará de ser ‘retilínea’ e terá uma ‘ondulação’ e é dentro disso que entrarão os seis metros de restinga, que serão respeitados. “Iremos plantar a restinga respeitando esses seis metros. A restinga entra no calçadão porque o calçadão está na área da restinga. Depois, quando for implantada a infraestrutura urbana, a restinga avança para a área de urbanização e começaremos a ‘desenhar’ a parte paisagística, sempre respeitando as espécies nativas. Vale destacar que vamos utilizar apenas espécies herbáceas, não vai ter espécies arbustivas e arbóreas. Muitas pessoas estavam com receio de que a restinga tirasse a visibilidade da praia ou pela questão da insegurança, podendo se esconder embaixo delas, mas isso não vai acontecer”, acrescenta, citando que se trata de uma restinga ‘baixinha’, que fica rente à areia e ajuda a fixá-la. 

Importância da restinga

A secretária aponta ainda que o objetivo é quebrar o paradigma de que a praia central é ‘muito urbana’, e que a restinga vem para ‘incorporar essa parte mais natural’, tanto que o projeto prevê um verdadeiro parque na orla. 

“E a restinga vai auxiliar nisso. Quando as pessoas verem esse âmbito mais natural, vão entender que a restinga está vindo para agregar, além de que ela tem função ambiental, principalmente para que a areia não seja carregada para a calçada ou para a rua, seja pelo vento ou pisoteamento [se tem restinga, o vento não leva a areia para a calçada, servindo como uma ‘barreira’ fazendo com que a areia se acumule na restinga e não vá para a área urbana], e será também abrigo na nossa fauna, como a coruja buraqueira”, salienta.

Praia será acessada por passarelas para que restinga não seja pisoteada

Para que a restinga não seja pisoteada, serão instaladas passarelas (como mostra a imagem, no canto direito)

Outra novidade são as 60 passarelas de acesso à praia, exatamente para que o público não ‘pisoteie’ a restinga. 

“A configuração da praia vai mudar nesse sentido. Hoje o público está acostumado a acessar a praia por onde quer, mas as pessoas serão conduzidas à acessar via faixa de pedestre e então pelas passarelas. Será uma reeducação da população. Não será mais possível acessar por qualquer local, para respeitar a restinga. Sabemos que será um processo, e por isso inicialmente vamos cercar a restinga, para que as mudas consigam se estabelecer. O projeto prevê 33 mil mudas, mas na licitação solicitamos o dobro (66 mil) para que a gente possa repor se acontecer algum problema, como ser pisoteada ou a planta morrer. A praia central hoje é muito estéril, e precisamos criar um novo ambiente”, afirma.

Amendoeiras permanecerão e mais árvores serão plantadas

Uma dúvida de muitas pessoas é sobre o parque previsto no projeto arquitetônico. Segundo a secretária, é previsto que serão utilizadas somente espécies nativas, mas as famosas amendoeiras da Avenida Atlântica não serão retiradas. Porém, serão limpas – ‘para melhor condição fitossanitária delas’, já que algumas têm erva de passarinho. 

“Vão ser plantadas mais espécies nativas no calçadão, mas ainda não foram definidas quais. Há um paisagista apoiando o projeto e escolhendo as melhores opções”, diz.


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