Uma das principais demandas que o jornal recebe através das redes sociais é sobre o aumento de pessoas em situação de rua em Balneário Camboriú. A prefeitura, através da Abordagem Social, oferece ajuda, como a Casa de Passagem (espécie de albergue municipal) e até mesmo internação para tratamento da dependência química ou ainda passagem de volta para a cidade de origem.
O secretário de Assistência Social de Balneário Camboriú, Omar Tomalih, destacou as ações que vêm sendo implementadas para lidar com a crescente população em situação de rua na cidade.
Segundo ele, houve um reforço significativo no trabalho do Resgate Social, com a ampliação das equipes e a contratação de mais 50 profissionais para atuar na abordagem social. Além disso, as rondas foram intensificadas e contam com uma parceria entre a Guarda Municipal e a Secretaria de Assistência Social, com operações conjuntas realizadas em dois períodos do dia.
Paralelamente, a prefeitura estuda um novo projeto para enfrentar a questão de forma mais eficaz, analisando iniciativas bem-sucedidas em outros municípios para buscar soluções viáveis para Balneário Camboriú.
Um dos principais desafios enfrentados, segundo Tomalih, é o impacto das ações adotadas recentemente por Itajaí, que, segundo ele, têm levado muitas pessoas em situação de rua a migrarem para Balneário Camboriú. No entanto, todas as abordagens em Balneário são feitas dentro da legalidade, em conjunto com órgãos como o Ministério Público, a Procuradoria do Município, a Guarda Municipal, a Secretaria de Saúde e a Assistência Social.
“A legislação garante o direito de ir e vir, e precisamos respeitá-la. Não podemos conduzir ninguém contra a vontade, a não ser que se trate de um infrator ou de alguém com um mandado de prisão em aberto, e é justamente por isso que a Guarda Municipal atua junto conosco nessas abordagens”, explicou o secretário.
Mais de 200 nas ruas
O trabalho da abordagem social inclui o encaminhamento de pessoas para clínicas de reabilitação e o retorno à cidade de origem, sempre buscando soluções para cada caso – desde que a pessoa aceite esse tipo de ajuda. Se ela escolher permanecer na rua, assim acontecerá (é o caso de a maioria delas).
No entanto, Tomalih ressalta que, apesar do trabalho intenso, muitas pessoas não percebem os esforços devido à grande quantidade de moradores de rua na cidade – atualmente, mais de 200.
“Eu acompanho de perto e vejo que as equipes não param, é um trabalho que acontece o dia inteiro. Mas o número de pessoas nas ruas é grande, e na temporada esse número aumenta ainda mais. Estamos nos organizando para obter resultados”, afirmou.
Dar esmola não resolve, diz secretário
Outro fator que agrava a situação é a ajuda financeira direta que algumas pessoas oferecem aos moradores de rua (esmola), o que acaba incentivando a permanência nas ruas. Segundo o secretário, a cidade conta com diversos instrumentos para auxiliar na recuperação dessas pessoas, como os CRAS, CREAS, a abordagem social e a Casa de Passagem. No entanto, muitos acabam permanecendo nas ruas devido ao dinheiro recebido.
“Muitos são dependentes químicos ou possuem transtornos psiquiátricos, e nossa equipe está trabalhando 24 horas para atender essas situações. Qualquer pessoa que precisar do serviço ou ver alguém em situação de rua que precisa de apoio, pode acionar o 156”, finalizou Tomalih.