Com 30 marcas já consolidadas no portfólio da Moriah Asset, Fabiano Zettel agora mira um novo segmento para o mercado de wellness: o sorvete. A aposta é o Super Soft, um produto proteico, sem açúcar, sem glúten e de baixa caloria, com a promessa de ser “mais gostoso que a casquinha do McDonald’s”.
Criada em 2021 com capital próprio de Fabiano Zettel, a Moriah Asset já investiu mais de R$ 300 milhões em empresas de saúde e bem-estar como Oakberry, Desinchá, Les Cinq e Frutaria São Paulo. Diferente da lógica clássica do setor, a Moriah não busca saída rápida: foca em dividendos e no crescimento orgânico das marcas.
Hoje, Fabiano Zettel comanda uma operação com 20 pessoas e participa diretamente das decisões de cada empresa investida. Escolhe pontos comerciais, ajuda na definição de cardápios e acompanha métricas de rentabilidade de perto. “Tenho dificuldade em vender as marcas. Me apego”, admite.
No segundo andar da loja da Frutaria na Oscar Freire, uma equipe de 20 profissionais — entre nutricionistas, chefs e engenheiros de alimentos — trabalha diariamente em um laboratório improvisado para aperfeiçoar o produto. O Super Soft é resultado de quase dois anos de desenvolvimento e R$ 30 milhões em investimento, em parceria com o Grupo Lyfe, do empresário Claudio Carotta.
Zettel está em todas as etapas do projeto, uma estratégia que considera fundamental. “Não dá para investir só com planilha. Wellness muda o tempo todo. Um dia o ovo é vilão, no outro éherói”, explica. “É um mercado sensível. Quem não estiver imerso, dança.”
Com o novo produto, Zettel quer ampliar o alcance do bem-estar para um público maior. O Super Soft terá seis sabores (chocolate, baunilha, coco, morango, pistache e doce de leite), éadoçado com fibra de milho — um ingrediente natural de baixo índice glicêmico — e deve custar cerca de R$ 13. A ideia é competir com gelatos e barras proteicas de R$ 18 ou mais, tornando o saudável mais acessível.
A estratégia de expansão começa com 20 quiosques próprios nos shoppings Iguatemi e Multiplan, já em negociação, com planos de franquia após 12 meses de operação. “É um teste de produto, marca e modelo. Mas a ambição é nacional”, afirma Zettel.
Apesar do crescimento do mercado — o wellness no Brasil já movimenta US$ 100 bilhões por ano — o preço ainda é o maior entrave. Zettel reconhece esse obstáculo e quer virar o jogo com escala, posicionamento e marca.
Com a chegada do Super Soft, a Moriah confirma sua tese: saúde, prazer e negócio podem conviver — e ser altamente lucrativos.