O prefeito de Camboriú Leonel Pavan disse que teve que ‘fechar as portas e segurar a agenda’ por dois dias, no começo desta semana, para frear a correria de atividades deste início de governo.
Com 70 anos, Pavan continua trabalhando como se tivesse 35, a idade que tinha quando elegeu-se pela primeira vez prefeito de Balneário Camboriú.
“É muito trabalho, muito mesmo, tivemos que dar uma parada para dar conta de tudo que temos que fazer e organizar”, disse Pavan ao Página 3, na quarta-feira (15), momentos antes de começar uma outra ‘correria’, provocada pelas fortes chuvas que deixaram a cidade alagada e com centenas de desabrigados.
Antes da chuvarada, Pavan comentou que está resolvendo problemas atuais e futuros com a mesma energia, elogiou sua equipe que ‘corre junto’ e a participação da comunidade que vem manifestando apoio de várias formas.
“Aconteceram reuniões e decisões importantes nestas primeiras semanas e que tem reflexo direto na comunidade”, disse.
As atividades que o prefeito citou e que aconteceram antes das chuvas que abalaram a cidade, são:
Executivo & Legislativo & Água
“Convidamos os vereadores para uma reunião e colocamos à disposição deles todas as secretarias. Isso não é um compromisso para estarem ao lado do prefeito, mas sim dos projetos do Executivo. Um dos projetos na pauta foi a pavimentação do Morro do Encano. Foi muito bom.
Outro tema que tratamos foi a questão da água e ali mesmo foi formada uma comissão de secretários e vereadores para levar esse assunto ao João Grando, presidente da Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). Foi por isso que convoquei uma reunião com a Aresc, mais a prefeita Juliana, o diretor da Emasa, Auri Pavoni e secretários de Planejamento dos dois municípios e a comissão aqui formada. Vamos explicar ao Grando que a outorga de Balneário Camboriú que hoje é de 1100l/s, não comporta mais. É um problema que estamos resolvendo hoje para o futuro”.
Nota da Redação: A reunião que estava marcada para quinta-feira (16) foi cancelada por causa das chuvas e alagamentos.
ETA+Reserva de água
“Mesmo não tendo assumido ainda o governo, jogaram a responsabilidade da falta de água sobre nós e isso não vai mais acontecer. Vamos resolver. Realizei uma reunião com a concessionária Águas de Camboriú (AEGEA) para discutir estratégias para garantir o abastecimento de água na cidade durante o próximo ano. Estamos buscando soluções imediatas e a definição de ações estruturais a longo prazo.
A falta de uma estação de tratamento adequada é uma das principais causas do problema. Por isso, determinei a implantação da primeira Estação de Tratamento de Água (ETA) móvel da cidade, através de uma parceria com as empresas Bluetech e AEGEA. A estação produz 15l/s, está beneficiando diretamente mais de seis mil moradores, mas precisamos muito mais, de 250 a 300l/s.
Também vamos trabalhar forte nos projetos estruturais, como o Parque Linear e o Parque Inundável. Estamos planejando a construção de uma estação de tratamento definitiva. Para isso, será solicitado à Agência Reguladora a outorga excepcional de um novo contrato, além de um estudo técnico para definir a vazão ecológica do Rio Camboriú, sua profundidade e a capacidade de operação do Parque Linear.
Já conseguimos um terreno com o IFC Camboriú para ampliar, já aprovado, para reserva de água e um outro local para fazer o tratamento de esgoto”.
Cidade limpa
“Estamos criando uma ‘Cidade Limpa’. Começamos pelo Monte Alegre, onde fizemos um mutirão e retiramos 82 caminhões de lixo, quase 1milhão de m3 de entulhos, materiais volumosos, que estavam nas calçadas, ruas, terrenos baldios, tipo sofás, colchões, móveis antigos etc. Essa força-tarefa vai continuar e neste sábado (18) será a vez
dos bairros Areias e Santa Regina. O cronograma dos bairros que serão atendidos nas semanas seguintes será divulgado na próxima semana.
Após essa fase inicial, vamos implantar um cronograma mensal de limpeza, abrangendo todas as ruas e bairros e vamos criar a campanha Lixo Zero, que será lançada em breve, com foco na conscientização da população.
Outro problema que vai acabar são os carros abandonados, ferro velho nas ruas. Tem mais de 200 nas ruas, vamos tirar tudo, é uma limpeza geral, mas vamos implantar um sistema de multa para acabar com esse lixo nas ruas e vai ser uma multa rigorosa, até porque o descarte irregular de lixo em vias públicas ou terrenos baldios é considerado crime municipal, e os responsáveis podem ser penalizados conforme a legislação vigente”.