Foi notícia no Página 3 as sete prisões de foragidos realizadas em Balneário Camboriú pela Guarda Municipal em apenas um dia, quinta-feira, 18 de abril (relembre aqui).
O secretário de Segurança, Antônio Gabriel Castanheira Junior afirmou que elas aconteceram por conta de novas estratégias que a GM vem aplicando.
Áreas sensíveis em foco
De acordo com Castanheira, o novo estatuto da Guarda Municipal, aprovado recentemente e que deverá ter um veto do prefeito Fabrício Oliveira (leia aqui), trouxe alguns pontos que o favorecem como gestor.
“Estou preparando um curso que vamos fazer nos próximos meses, de ROMU (Ronda Ostensiva Municipal), para colocar novos integrantes nessa unidade de reforço muito importante para a GM e também estou desenhando novas estratégias, que estão dando resultado, tanto que em poucas horas prendemos sete foragidos, como o Página 3 publicou. De 5 prisões por furto em fevereiro fomos para 24 em março. Estamos com várias estratégias que estamos analisando”, diz.
O secretário detalha – foi ‘refinado’ o relatório da Guarda Municipal, com um filtro mais específico do que acontece na cidade e onde acontece, para assim conseguirem ser mais pontuais na resolução de problemas.
“Tanto que aumentou o número de prisões. Estamos trabalhando muito com ações. Aparentemente resolvemos, por enquanto, o problema no Pontal Norte, mas temos que continuar lá por tempo indeterminado com patrulhamento e saturação. Pedi que os supervisores fizessem relatório com áreas mais sensíveis e estamos desenhando reforço em cima disso e está dando muito resultado. Há áreas sensíveis também no centro, na faixa de areia da Praia Central e nos bairros, onde estamos intensificando rondas e abordando muito, dando um gás”, acrescenta.
Mesmo homem preso quatro vezes em um mês
Castanheira afirma que a GM tem uma produtividade ‘absurda’, mas que às vezes isso é levado de outra forma, com pessoas comentando que ‘a cidade está virada’.
“E não é isso. A cidade tem crimes, tem cara que foi preso por furto quatro vezes em um mês, que é nosso conhecido, tem 25 anos e está em situação de rua. Foram quatro vezes que nós flagramos, fora as vezes que a PM pegou ou que ele conseguiu ter sucesso no furto. Há uma engrenagem da segurança – nem sempre aumentam os crimes por problema das forças de segurança, pois se o criminoso está sendo preso, o trabalho está sendo feito – se tivesse ficado preso, talvez poderíamos ter evitado furtos na cidade”, analisa.
Não tem como saber se todos os conduzidos ficam presos
O secretário completa citando que ‘tem gente que acha que é fácil solucionar a segurança da cidade’, afirmando que já ouviu pessoas falarem de ‘colocar uma base fixa em cada bairro’.
“Não é assim. Estamos prendendo muito, fazendo muitas operações, são números absurdos só da GM. Sete prisões em um dia só da Guarda! É muita coisa para a segunda menor cidade de SC. Mas por que não abaixam os números? Porque há pessoas que não estão ficando presas, isso acontece. Se é mandado de prisão, como os de quinta-feira, a pessoa fica presa, mas as outras que fazemos não tem como confirmar que a pessoa fica presa. Até março, somente neste ano, foram 163 prisões em flagrante feitas pela GM. Não está no nosso controle quem fica preso, e na hora de culpar falam da PM e GM. Tem inquérito civil, judiciário, Ministério Público, audiência de custódia, penas alternativas… tudo isso influencia diretamente na segurança e esses sistemas não são cobrados”, finaliza.