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Balneário Camboriú

Eleição de 1996: o dia em que o judiciário de Balneário Camboriú reafirmou a liberdade de informar

(Waldemar Cezar Neto) – No dia 2 de outubro de 1996 eu quase fiz cacaca numa audiência na justiça eleitoral, quando um dos advogados do candidato a prefeito, José Roberto Spósito, ofendeu minha filha, pesquisadora para o Página 3 na disputa à prefeitura.

O juiz eleitoral, Dr. Vicente Cargnin, percebeu que eu ia virar a mesa em cima do engravatado à minha frente e mandou o cara baixar a bola.

Era antevéspera da eleição, uma sexta-feira e estávamos há horas na frente do juiz, ouvindo depoimentos dos 9 pesquisadores, conferindo planilha por planilha de uma pesquisa que o jornal havia feito, apontando a vitória de Leonel Pavan.

O grupo que rodeava Spósito, um médico com relevantes serviços prestados à população de Balneário Camboriú, alegava que a pesquisa era fraudulenta e não queria que fosse publicada, por isso estávamos ali discutindo em frente ao Juiz.

Dali em diante aquela turma iria se acostumar a perder eleições, mas nunca com elegância.

Na hora limite do fechamento, o jornalista Bola Teixeira se mandou para Blumenau, onde era impresso o jornal e, como a audiência no Fórum prosseguisse, informamos na manchete que a coligação Spósito + Aristo fora à justiça para proibir a publicação da pesquisa.

Mesmo correndo o risco da edição ser apreendida, sacanamente ilustramos a matéria com um desenho do Hilton Siqueira, mostrando os candidatos segurando balões… e o do Pavan lá em cima em relação aos outros.

Mais cedo eu havia acertado com a Papelaria Estrela que eles fariam cópias Xerox, na hora da noite que fosse preciso. Também reuni três ou quatro grampeadores e um estoque de grampos.

O jornal já estava impresso quando o juiz Vicente Cargnin, após opinião favorável do promotor Daniel Paladino, decidiu que a pesquisa poderia ser publicada e com isso várias pessoas se reuniram na redação do Página 3 para grampear a notícia nova, xerocada, na capa de 2.000 exemplares, como mostra a foto abaixo.

A pesquisa do Página 3, feita por nós jornalistas, minha filha Caroline e outras pessoas de confiança, apontou que Pavan venceria por  51,7%. 

Abertas as urnas, ele venceu por 54,06%.

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Foi ótimo para Balneário Camboriú, Pavan fez um grande governo e quatro anos depois venceu novamente a eleição, com 65,74% dos votos e mais uma vez sobre Aristo Pereira, desta vez na cabeça de uma chapa meio enjambrada que tinha como vice a corretora de imóveis Ediná Brognoli.


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