Memória & Histórias 30 anos JP3
(Equipe de funcionários e colaboradores)
Durante esses 30 anos de jornalismo do Página3, passaram pela redação dezenas de funcionários e colaboradores, esse relato é de um deles.
A mudança para nova e definitiva sede
Da rua 1520 fomos para 2448, e já na primeira semana fizemos uma festa para celebrar a nova redação, a nova morada Schneider-Cezar, infelizmente fomos interrompidos pela polícia.
As bandas
Tinha que prestigiar as bandas dos amigos-colegas, quantos e quantos shows eu fui só pra dar aquela força.. a banda do Elvis, as coisas que se faz pela amizade.
O golzinho chaleira
Quando conheci o Marzinho ele estava sem carro, uma vez estacionei na frente da casa ele entrou e sem nem perguntar disparou: – Me leva ali comprar gás. Mas nem tinha como dizer não, tá né, vou fazer o quê?
Quando chegou o golzinho chaleira ele chamou eu e a Carol pra dar uma volta é … exibido.
Os choros
Lisi chorou porque a gráfica entregou algumas páginas em PB e foi diagramado em CMYK, estavam lindas, me partiu o coração ver ela daquele jeito, só a gente sabe a energia que colocamos no trabalho e claro que frustrações acontecem, mas ela desmorona com esse tipo de coisa.
Outra vez que vi a Lisi chorar dentro da redação e por motivos relacionados ao jornal foi quando chamei o Marzinho e fiz lá minha reclamação e comuniquei que ia deixar o Página 3, minutos depois a Lisi pediu pra falar comigo, pediu pra eu ficar, choramos juntas e estamos aqui.
A Nanda e o teclado
Ai ai, a Nanda me chamava olhar ela tocar o teclado dela, basicamente era isso, eu sentada do lado dela e ela tocava lá as notas… queria lembrar que músicas eram. A Nanda eu lembro, era um neném.
10 em redação
Um dia tirei 10 na redação, isso coisa de 95 por esses tempos, e acho que a Carol falou pra Lisi, minha redação ficou famosa, era a meia falando com o sapato, a Lisi pediu pra eu escrever algo de opinião pro jornal, suei frio, achei muita responsabilidade e o texto ficou uma merda.
Os jogos do Grêmio
Marzinho sempre foi muito fã de esporte, e do Grêmio como todos sabem, ele mesmo diz que quando guri ficava no alambrado xingando os atletas, queria rendimento (pensando agora faz sentido o chefe que ele se tornou), algumas vezes a turma da redação se reunia pra ver finais de torneios e coisas do gênero. Adorava!
Desde cedo
Estive na redação desde sempre, tenho essa impressão, quando não como funcionária, como amiga. Estudava no mesmo colégio que a Carol, íamos juntas ao escoteiro e éramos, somos muito amigas, irmãs. Da casa dos Schneider-Cezar tenho várias lembranças, uma delas é de sentar com a Lisi ver o JN e bater um papo, enquanto esperava a Carol escolher nosso destino.
A dita cuja pesquisa eleitoral
A primeira pesquisa que o Página 3 fez, eu estava na equipe, era pirralha –tinha lá meus 16-, foi divertido, com crachá do jornal passava de casa em casa perguntando em quem o eleitor ia votar, conheci a cidade inteira de cabo a rabo, no final o juiz nos chamou pra ver se fizemos tudo certinho.
– Vocês fizeram tudo certinho?
– É óbvio, excelência, não estou pra brincadeira.
Me recordo de ter comentado que ele, o juiz, estava ficando careca por ter que atender essas denúncias estapafúrdias, todos riram, saímos da sala e lá fora as pessoas nos olhavam com cara de espanto, fomos embora, a pesquisa foi publicada. Depois dessa participei de várias outras pesquisas do Página3.
Obs: era a última pesquisa antes da eleição e dava vitória para Leonel Pavan. A chapa de oposição questionou o grupo de pesquisadores do Página 3, tentando impedir a publicação. O jornal já estava impresso quando o juiz Vicente Cargnin autorizou a publicação. O jornal mandou imprimir o resultado em uma folha de ofício e grampeou em cada jornal, madrugada adentro. O resultado da eleição mostrou que a pesquisa do Página 3 estava certa.
Decisão judicial
Disso o Christiano vai poder falar melhor, mas se tem coisa que a gente gosta é de decisão judicial que compreende a liberdade de imprensa e de opinião.
O que eu faço no Página 3
Essa é aquela pergunta que se a vó faz eu não sei o que dizer. Ou sabe aquilo que todo mundo acha que acontece por mágica, no automático? Às vezes respondo: -Prazer, ‘Automático’.
Amigos e colegas
O Página 3 é grande, como imaginam tem muita história e não quero tomar muito tempo de vocês então vou só aproveitar e mandar um beijo pra todos os colegas e amigos que estiveram comigo na redação do Página3, em especial a Dani que aturou demais as minhas loucuras e apoiou todas –quase todas- minhas ideias e esteve nas trincheiras da transição do Página 3, cavando dia-a-dia os novos passos do jornal. Foi uma troca incrível, saudade, deu tudo certo! Ps. Quando o Marzinho resolveu que deixaria o impresso de vez -fez isso da noite pro dia-, o online estava mais do que preparado e muito porque vivíamos o P3 digital e as redes já há muitos anos.
Pessoas que estiveram comigo no início e guardo no coração, a Dona Vera, depois a Suzi que por anos dividimos a mesma sala, Pablo (em memória), o Hilton meu amigo, inclusive de cervejas e da noite de Balneário, o Maguilla, diretor de arte -hehehe-, a Lisi e o Marzinho que são incríveis e sempre me deram respaldo para tudo. A Carol por sempre acreditar em mim e a Nanda por cuidar da gente, e manter a máquina funcionando.
E é isso, obrigada a todos, o Página 3 é incrível sim.
Nota da Redação: Fab Diniz trabalha na redação desde 2001, mas como pesquisadora desde 1996