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Balneário Camboriú
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Abraço a Vida realizou 11,7 mil atendimentos neste ano em Balneário Camboriú

Número mostra que as pessoas estão procurando ajuda, mas preocupa pela quantidade de moradores da cidade com problemas psicológicos

Somente neste ano, o programa municipal Abraço a Vida atendeu 3.962 pessoas [dados até agosto], totalizando 11.760 atendimentos [cada pessoa é atendida mais de uma vez e cada atendimento conta no número total – desde 2018 foram 33.790 atendimentos]. Surpreende o aumento nos números: no ano inteiro de 2020 foram 9.736 atendimentos, e ainda faltam cerca de quatro meses para o ano acabar e o programa realizou mais de dois mil em comparação ao último ano. 

Abraço já atendeu mais de 3 mil pessoas e realizou mais de 11 mil atendimentos neste ano

(foto Abraço a Vida)

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Do total, 71% das pessoas que procuram o Abraço a Vida são mulheres. 30.5% dos atendidos são jovens com idade entre 21 e 30 anos (seguido por 21.2% 31 a 40 anos; 14.1% 15 a 20; 13.4% 51 a 60; 11.9% 41 a 50; 5% acima de 60 e 3.9% abaixo de 15 anos). Das 3.962 pessoas atendidas pelo Abraço, 1.430 delas moram no centro da cidade, mas há atendimentos por todos os bairros (exemplo: 679 no Bairro das Nações, 451 Municípios, 374 Vila Real, 226 Barra, 182 Nova Esperança, 179 Pioneiros, etc.).  

Muitos casos envolvendo adolescentes 

Ivanir coordena o Abraço a Vida
(foto Abraço a Vida)

A coordenadora do programa Abraço a Vida é Ivanir Maciel, ela conta que se surpreenderam com o aumento no número de atendimentos e aponta que atendem muitos adolescentes na faixa dos 13 anos.

“Mas já atendemos crianças de 10, 11 anos. O menor de idade precisa estar acompanhado dos pais no primeiro atendimento, depois, se houver autorização, segue o tratamento sozinho. Se ele [o adolescente] consegue acompanhar e entender o processo, ele segue sendo atendido por nós, se não, se precisa de algo lúdico, encaminhamos para o PAI (Posto de Atenção Infantil)”, explica. 

Ivanir vê que por conta da pandemia os casos aumentaram bastante, e os adolescentes foram muito prejudicados – saíram da escola, perderam o convívio com os amigos, e problemas emocionais se intensificaram, como ansiedade e depressão.

“Já atendemos muitos casos de automutilação também, o que é muito preocupante porque é o corpo marcado, uma dor e um sofrimento muito grandes, por isso orientamos que os pais tenham um olhar especial, que prestem atenção nos filhos. Por exemplo, se está um dia muito quente e ele está com roupa de manga longa”, acrescenta. 

Sinais perigosos 

A coordenadora aponta que há sinais que podem indicar que uma pessoa não está bem e que podem ser percebidos por parentes ou amigos – como o isolamento, falta de apetite e ausência de cuidados com a higiene.

“Ficar atento a tudo isso é muito importante. Mas não é só isso, tem pessoas com depressão que riem, fazem piada, estão em festa. Balneário hoje é muito bem assistida, com o Abraço você pode nos procurar a qualquer hora do dia, 24h, todos os dias! Pode ser por WhatsApp, ligação. Peça ajuda, toda a nossa equipe é capacitada para te atender”, diz. 

Equipe do Abraço a Vida está disponível 24h (foto Abraço a Vida)

Diante disso, Ivanir afirma que o Setembro Amarelo é muito importante, inclusive com o Abraço contando com programação especial [confira no final desta matéria].

“Incetiva as pessoas a olharem, combatendo o tabu sobre a depressão e o suicídio; afinal, se você tem um problema cardíaco, você trata… por que não vai tratar da mente? Todos precisamos, ainda mais com tudo que passamos por conta da pandemia. Tire um tempo para você, converse com um profissional que tem conhecimento e que vai te entender. Precisamos acabar com esse preconceito que psicólogo e psiquiatra é coisa de louco. Não é!”, pontua. 

“Dor não tem classe social” 

Ivanir salienta que o programa atende todos os tipos de pessoas, incluindo urgências.

“A dor não tem classe social. Não é falta de Deus, tanto que padres, como o Fábio de Melo e Marcelo Rossi, tiveram depressão. Não é frescura, um dos homens mais ricos de Balneário Camboriú, Rogério Rosa, tirou a vida. Ele tinha essa doença [depressão] e não tratou”, acrescenta. 

Ivanir (de amarelo) destaca a importância da escuta qualificada e de acabar com o tabu com a saúde mental

(foto Abraço a Vida)

Quem precisa de medicação é encaminhado ao CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) diretamente. A dificuldade ainda é a questão infantil – até 17 anos para retirar medicamento é necessário ir ao PAI [psiquiatria infantil].  

Hoje, a equipe do Abraço é formada por sete psicólogos, uma pedagoga, um administrativo, dois estagiários da área de Psicologia e quatro motoristas, além de médicos que dão suporte, disponíveis 24h todos os dias (incluindo domingos e feriados) via (47) 9. 9982-2322. 

Confira a programação completa do Setembro Amarelo do Abraço a Vida 

  • 09/09 – 10h30: palestra sobre saúde emocional com os alunos do Centro Educacional Municipal (CEM) Ariribá; 14h30: palestra para os profissionais da saúde com o tema “Reflexos da pandemia na saúde emocional”, no Hospital Municipal Ruth Cardoso. 
  • 10/09 – 13h30: Pedágio de conscientização Setembro Amarelo – cruzamento da Terceira Avenida com Avenida do Estado; 
  • 15/09 – 15h: palestra sobre saúde emocional com os alunos do CEM Presidente Médici; 
  • 17/09 – 14h30: palestra sobre saúde emocional com os alunos do CEM Ariribá; 
  • 30/09 – 10h: palestra sobre saúde mental com os professores do CEM Giovania de Almeida. 

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