Através do Núcleo de Práticas em Psicologia (NPP), a Uniavan oferece atendimento psicológico gratuito para prevenção e tratamento de doenças como depressão e ansiedade para moradores de Balneário e Camboriú.
O objetivo não é atender casos de emergência [como o Abraço a Vida, que atua 24h] e sim tratar e acompanhar casos [paliativos]. Hoje, há fila de espera.
A psicóloga responsável pelo NPP é Rozineide Jorge. Ela conta que os atendimentos são feitos por acadêmicos do curso de Psicologia, com orientação dos professores, e direcionados tanto àqueles que já estão em tratamento quanto a pessoas que nunca tiveram suporte psicológico.
“Percebemos um aumento na procura por atendimento e hoje trabalhamos com lista de espera, onde há em média 500 pessoas. Hoje temos 78 estagiários, mas no NPP atuam aproximadamente 60. É um número razoável, mas a procura também é grande. A pandemia realmente intensificou os casos de depressão e ansiedade, mas vejo que eram questões que já estavam dentro da pessoa e acabaram sendo ‘afloradas’. É preciso atenção para quem quer se isolar, com tristeza extrema. Falas sobre querer morrer, ‘que bom se tudo acabasse’, são sinais bem preocupantes que exigem atenção”, explica.
Segundo Rozineide, o atendimento psicoterapêutico pode demorar e isso varia de pessoa para pessoa. Há quem consiga ter rápida evolução e outros que já precisam de mais atendimentos.
Acompanhamento psicológico é para todas as idades, incluindo crianças
(foto UniAvan)
“Seguimos cuidando com o distanciamento, pedimos que se possível o paciente não leve acompanhante, e todos devem usar máscara. No primeiro semestre de 2021 realizamos 1.200 atendimentos e atendemos cerca de 200 pessoas”, conta, citando que a novidade deste semestre atual é o retorno do atendimento de crianças – que estava suspenso desde 2020. “Porque há uma necessidade de contato, proximidade, do lúdico. Estamos retornando agora e temos uma procura grande. Realizamos triagem para saber quais são os casos mais prioritários e, apesar de atendermos todas as classes sociais, tentamos priorizar a população de baixa rende”, pontua.
Todos os meses deveriam ser amarelos
A psicóloga considera a campanha Setembro Amarelo de extrema importância, já que traz um olhar mais sensível e apurado por parte da população para os problemas psicológicos e ideações suicidas.
“Todos os meses deveriam ser amarelos. Precisamos olhar para o outro, a pessoa pode parecer bem e na verdade está sofrendo. É o momento de quem precisa de ajuda saber que a dor não é invisível e que há profissionais que podem apoiá-la. Há saída, tem gente para ajudar. Suicídio não é a saída, estamos aqui para te auxiliar”, acrescenta, pedindo que a comunidade perceba e se comunique com quem precisa de ajuda – a depressão é hoje uma das doenças mais comuns e afeta 5,8% da população do Brasil (quase 12 milhões de pessoas), segundo dados da OMS.
“As pessoas precisam se comunicar mais, as redes sociais deviam aproximar e não afastar. Familiares e amigos precisam se perceber e interagir, perguntar se está tudo bem, indicar ajuda, pois nem sempre conseguimos mensurar a dor do outro. Se você estiver em sofrimento, procure ajuda, não sofra sozinho”, completa.
- Os agendamentos para consultas podem ser feitos de segunda a sexta-feira, das 13h às 22h, no NPP da UniAvan, localizado no bloco 2. É necessário apenas apresentar um documento de identificação.