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Balneário Camboriú
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Sonho olímpico da atleta Anny de Bassi de Balneário Camboriú foi destaque em rede nacional

Mesmo sem condições ideais de treinamento, ela está entre as cinco melhores velocistas do país

Marlise Schneider Cezar

A trajetória da velocista de Balneário Camboriú, Anny Caroline de Bassi, 23, foi um dos destaques do programa Esporte Espetacular, neste domingo (7). Ela falou sobre sua carreira que começou aos 11 anos, suas conquistas e o sonho de tornar-se uma atleta olímpica. Ela é uma das pré-convocadas pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para competir no Japão em julho, mas ainda precisa comprovar tempos e por isso, está investindo muito forte nos treinamentos nesta reta final. Mas além da marca que precisa estabelecer, Anny enfrenta outro grande desafio: o local de treinamento que não é adequado para as necessidades de atletas de alto rendimento. 

A importância da pista

(foto Arquivo Pessoal)

Nesta segunda-feira, por exemplo, ela treinou em Itajaí, com seu técnico Diogo Gamboa, outro pré-convocado da CBAt, porque a pista de Balneário Camboriú, no Estádio Municipal das Nações, não oferece a infra-estrutura adequada para treinos de alto nível. É uma pista de brita, não está nas medidas oficiais, por exemplo, a volta não dá 400m e tudo isso influi muito no rendimento do treino.

“Nossa pista não tem angulação correta, por causa do campo que é maior que um campo oficial, não permite fazer a curva de maneira correta, o que acaba prejudicando muito o treinamento de curva, deixando o atleta mais suscetível à lesão”, disse Anny, por experiência própria.

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Ela machucou, teve que parar os treinos, para aliviar a dor, fazer fisioterapia e agora está conseguindo treinar forte outra vez. Como ela, outros atletas já se lesionaram por causa das condições da pista.

“Nossa prova é explosiva, forte, prova de velocidade não tem como não treinar rápido, se você quer ganhar em milésimos de segundo, precisa treinar rápido. Hoje (8) mesmo fui treinar em Itajaí, porque nossa pista não oferece condições para treinar velocidade”, acrescentou. 

Ela sabe que a Fundação Municipal de Esportes (FMEBC) tem planos de reformar a pista, mas isso não vai acontecer de imediato. Além de Itajaí, os municípios de Timbó e Jaraguá do Sul também possuem pista sintética. 

“Eu tenho o sonho de ir para a Olimpíada e dou meu máximo para isso, treino muito, me alimento bem, faço fisioterapia, massagem, me dedico. Será que teríamos resultados e chances ainda maiores, se tivéssemos um local com infra-estrutura adequada”, questiona a multicampeã. 

Mais campeões pedem atenção

Em janeiro, o atleta de salto com vara Carlos Lusian, postou fotos nas redes pedindo atenção sobre a situação da pista, cheia de buracos e matos e do setor de saltos. O multicampeão Douglas Mendes, pré-convocado pela CBAt buscando uma vaga olímpica, compartilhou o post, dizendo que ‘mesmo tendo resultados expressivos, temos que treinar na pista nesta situação’. Douglas é bicampeão brasileiro Sub-20 e pelo terceiro ano figura entre os Top 30 no Ranking da World Athletics 2020, divulgado em janeiro deste ano.

A pista e o colchão

(foto Arquivo Pessoal)

A atleta de salto com vara, Alice Zucchi, uma colecionadora de títulos estaduais e nacionais, disse que a pista de corrida é essencial assim como o colchão para quem pratica esta modalidade. São tantos anos de treinamento que ela nem reclama mais, mas sabe que condições melhores poderiam render ainda mais conquistas. Sabe também que não é um assunto que anda rápido, mas cobra que está na hora de buscar uma solução.

“Não estou pedindo um colchão oficial, sei que custa caro, o que precisamos são melhorias. Salto com vara é uma prova perigosa, por causa da área de queda, então tem muita parte técnica que não fazemos, porque temos que adaptar muito e acaba se tornando perigoso. Somos referência em nível nacional e chegamos lá com o que temos, imagina se tivéssemos condições melhores”, disse Alice. 

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Com a experiência que tem, além de anos de atletismo, ela já foi professora do projeto ‘Virando o Jogo’ da Fundação, Alice sabe que uma pista sintética e materiais melhores com certeza refletirão na iniciação, atrairão novos praticantes.

“Não só os atletas ganham, a comunidade ganha. Com essas reformas, os moradores também ganham um espaço de lazer; a prefeitura também ganha, porque vai conseguir trazer muitos eventos que refletem na economia local e os atletas ganham, porque competir em casa é sempre bom demais”, colocou Alice, enfatizando tratar-se de um investimento esportivo, turístico e econômico para Balneário Camboriú.

A opinião do técnico 

(foto Wagner Carmo/CBAt)

O técnico Diogo Gamboa conhece bem a importância de um local adequado de treino (ele também é atleta de marcha atlética), com traçado correto de curvas, piso adequado, mas neste momento, sua preocupação é o aumento do índice de lesões.

“Hoje temos atletas mais rápidos e nas condições em que treinamos, muita gente está machucando, porque não tem angulação de curvas, tem buracos, enfim por falta de um piso adequado”, explicou.

Diogo também espera ansioso pela reforma e diz que a grande vantagem seria transformar o local em uma praça esportiva super adequada para práticas de atividades físicas, não só para o atletismo, mas para outras modalidades. 

“Isso valorizaria os bairros, a cidade, atrairia eventos e Balneário Camboriú merece um espaço adequado que valorize a  modalidade, a atividade física em geral, para estimular a população a ter bons hábitos. Exemplo disso é Timbó, cidade bem menor, contemplada com uma pista sintética, através de uma parceria do governo do Estado com o município, aumentou o número de praticantes, a população faz até caminhadas na pista”, acrescentou o técnico.

O que diz a Fundação

(foto Divulgação/VivaVoz)

Em reportagem publicada pelo jornal Página3 em 15 de janeiro, “Prefeitura investe mais de R$ 1 milhão em melhorias e reformas dos espaços esportivos”, o superintendente da Fundação, Osmar de Miranda (Mazinho) informou que a reforma da pista de atletismo, uma das obras mais esperadas dos últimos anos, ainda não faz parte deste pacote de início de ano. Mas garantiu que a reforma está saindo do plano de ideias. 

Nesta segunda-feira (8), Mazinho afirmou ao Página3 que já tem traçado um pré-projeto da pista seguindo instruções da CBAt e que neste final de semana, o assunto vai avançar.

“Nossa equipe vai competir na Copa Brasil de Marcha Atlética em São Paulo e lá nós voltaremos a discutir o pré-projeto com a CBAt, até para saber o custo desta reforma. Depois disso, iremos a Brasília, em busca de recursos”, afirmou Mazinho.

Ele acredita que será um investimento superior a R$ 5 milhões, porque além da pista, tem iluminação, novo gramado, reforma nos vestiários e banheiros etc.

“Tudo isso vamos saber neste final de semana. Enquanto a reforma não acontece, a Fundação leva os atletas para treinar em Itajaí, sempre que solicitado e também auxilia com despesas de transporte e hospedagem quando eles precisam competir fora, em busca de resultados.

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