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Clínica Social: prefeitura de Balneário Camboriú oferece atendimento especial para pessoas que vivem nas ruas

Desde que começou a funcionar, há 34 dias, a Clínica Social, é mais uma oportunidade que a prefeitura, através de três secretarias – Inclusão Social, Saúde e Segurança, oferece para pessoas em situação de rua, que querem ‘mudar de vida’. 

O diretor da Clínica, Luciano Reis, a assistente social, Maria Cristina e o motorista Aguiar Bambinete Júnior (Divulgação/PMBC)

Criada com base no resultado do Censo de toda população de rua feito em 2021, a Clínica Social abre uma porta para a recuperação. 

A secretária da Inclusão Social, Christina Barrichello disse que o Censo mostrou que 99,9% são dependentes, quase todos de crack.

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“Estas pessoas estão se degradando, é quase como se fosse um suicídio assistido pelo poder público. Percebemos que só a Casa de Passagem não adiantava mais, porque lá eles tomam banho, se alimentam, tentamos fazer o retorno dos vínculos. Mas é mais do que isso: é uma questão de saúde pública mesmo. Não existe a possibilidade de trabalhar apenas com assistência social. Tem que ter saúde e segurança, então unimos estas três forças e montamos a Clínica. Tem médico, enfermeira, psicólogo, terapeuta ocupacional, agentes da abordagem, assistente social”, detalhou a secretária. 

Como funciona

O novo espaço fica na Rua Itália 1059, Bairro Nações (Divulgação/PMBC)

Às 19h agentes da Inclusão Social iniciam a abordagem nas ruas e também a segurança faz as operações. O médico e demais profissionais de saúde ficam na clínica,  para onde as pessoas que aceitam são encaminhadas. Eles podem escolher se vão ser internados ou não. Se a pessoa for de outra cidade, ela é atendida e depois é feito contato com a cidade dela. Eles ficam das 7h da noite até 7h do dia seguinte, fazendo atividades, cortam cabelo, recebem roupas. Depois são encaminhadas, internadas ou retornam para suas cidades de origem, desde que concordem.

Números apontam redução nas ruas

Desde 15 de janeiro foram realizados 402 atendimentos, em que 176 pessoas retornaram a sua cidade de origem e 58 aceitaram ser internadas em clínicas de reabilitação. 

Neste período, foram encontradas nove pessoas com registro de desaparecidos feito por seus familiares, e que puderam ter o vínculo restabelecido e a Guarda Municipal fez cumprir sete mandados de prisão em aberto.

“Observamos que a quantidade de pessoas em situação de rua diminuiu muito com isso. Muitos foram internados, outros voltaram para sua cidade e muitos não aceitam nada disso. Nestas ocorrências encontramos muitas pessoas com boletim de ocorrência,  condenação em aberto, aí é a segurança que age. A Subseção da OAB local também nos apoia, dá suporte, 

Muitas cidades têm vindo aqui e copiado nosso modelo”, afirmou Christina.

Ela acrescentou que a ação faz parte do plano de valorização do ser humano, porque a dependência química destroi a vida social, familiar, tira qualquer perspectiva que alguém possa ter.

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“Por isso essa união entre segurança, inclusão e saúde foi muito positiva. Ainda enfrentamos algumas barreiras na legislação, porque não se pode tirar uma pessoa obrigada da rua, mas nós insistimos, tem pessoas que já foram abordadas dezenas, centenas de vezes, como uma pessoa que abordamos mais de 225 vezes em um ano”, disse.

Secretário de Segurança: a real inclusão

O secretário de Segurança de Balneário Camboriú, Antônio Gabriel Castanheira Junior, lembra que a ideia da Clínica surgiu em 2022 e que ela está ‘de vento em popa’, pontuando que, durante muito tempo, trabalharam respeitando o direito de ir e vir das pessoas em situação de rua, mas que por conta do uso excessivo de drogas passaram a ver a situação como um problema de saúde pública. 

“Entendemos que estávamos participando de um suicídio assistido. Estávamos vendo tudo isso acontecer sob uma mentira desse direito de ir e vir, trouxemos alguns aspectos que vivenciamos para conseguir chegar nesse modelo que estamos hoje. Afinal, se você passa na rua e vê alguém ameaçando se jogar de um prédio não vai fazer nada porque tem direito de ir e vir? Não, você vai agir, e temos que agir com essas pessoas [andarilhos], que também estão doentes e precisam de tratamento. Precisa desintoxicar essa pessoa para começar a ter consciência, e são médicos da Clínica que acompanham todo o processo”, salienta.

Castanheira conta ainda que na Clínica acontecem palestras religiosas, de diversas religiões, como evangélica, católica e espírita, considerando que cada pessoa tem fé diferente e que é uma das formas de convencer que precisam de tratamento, sendo um suporte durante, acrescenta, pontuando que todo o processo que acontece na Clínica ‘é a real Inclusão’ e não ‘só dar um prato de comida e achar que fez a sua parte’.

O secretário informa que já perceberam diminuição dos arrombamentos e furtos pela cidade, já que boa parte dos crimes como furtos de portões e fiação, por exemplo, eram para pessoas em situação de rua trocar por drogas. 

“Não adianta dizer que a pessoa tem direito de estar na rua. Quem fala isso é porque não tem conhecimento da causa. Quem defende isso, defende uma falácia. Existe direito de ir vir e o direito à vida. A pessoa está se matando todo dia usando a droga… o direito à vida é superior ao ir e vir. Eu afirmo: enquanto essas pessoas não tiverem desintoxicação, não vai adiantar. É nisso que estamos trabalhando. Óbvio que não zeramos o número de furtos ou pessoas na rua, mas os níveis estão baixíssimos. Sabemos que não vamos zerar, mas é importante termos esse programa que está fazendo algo, estamos trabalhando. Não estamos apenas abordando na rua, fazendo perguntas e seguindo em frente, é um trabalho integrado, de várias áreas e contínuo”, completa.

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