O alargamento da praia central de Balneário Camboriú, foi proposta de campanha do ex-prefeito Harold Schultz, que governou a cidade entre 1983 e 1988, período em que foram colhidas opiniões de técnicos da Marinha e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), que trazia a experiência do engordamento da praia de Copacabana.
Um navio da Marinha, que pesquisava na região para a Petrobras, estudou o lado sul da praia, usando prosaicas placas de isopor, que flutuaram mostrando o comportamento das correntes.
A diretora de planejamento da cidade na época, Heloísa Figueiredo Moura, conta que a proposta de um técnico do INPH era fazer um muro submerso (com pedras, sacos de areia ou cimento, com cerca de um metro de profundidade, entre a Barra Sul e o Marambaia e isso, ao final de sete anos, aumentaria a faixa de areia em 60 metros.
A ideia com o muro, conta Heloísa, era elevar o solo de toda a enseada em torno de um metro, o que resultaria numa faixa de praia mais larga.
Pode parecer estranho um muro submerso, mas essa é uma forma comum de engordamento de praias, porém o INPH exigia que uma maquete fosse construída, um simulador, que custava caro e a obra acabou não se concretizando.
“O técnico do INPH disse para não fazermos aterro hidráulico, como está sendo feito agora, porque não daria certo”, relembra Heloísa. Ela acredita que a cidade terá que investir constantemente na reposição da areia porque os dois molhes alteraram a circulação natural das correntes, o que levaria a areia embora.
Heloísa diz que isso já está ocorrendo e cita a área de mar em frente ao edifício Imperatriz, que era mais rasa e agora emparelhou com o restante da praia.