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Balneário Camboriú
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Saiba como está o andamento do projeto da reurbanização da Avenida Atlântica

Uma das obras mais esperadas para acontecer em Balneário Camboriú é a reurbanização da Avenida Atlântica, que deverá ser encaminhada também para apreciação da Câmara de Vereadores antes de executada.

O projeto feito pelo Escritório Índio da Costa, do Rio de Janeiro, continua em fase de finalização. Em dezembro de 2021 o Página 3 anunciou que ele seria entregue em janeiro deste ano ( relembre aqui ), mas houve atrasos. 

O governo municipal também deseja fazer um protótipo (trecho de cerca de 200m), que seria implantado antes do verão para turistas e moradores conhecerem como será a nova Atlântica, mas ainda não foi realizado. 

O Instituto + BC, uma associação sem fins lucrativos, formada por empresários de Balneário Camboriú, criada para contribuir com ações importantes para a cidade, doou o projeto executivo do alargamento da faixa de areia [que permitiu a obra], e também o da revitalização, feito pelo escritório de arquitetura Índio da Costa.

Os responsáveis apresentaram o que idealizaram para a Avenida Atlântica, chamada de ‘parque linear’, no evento de inauguração do alargamento da faixa de areia, ocorrido no início de dezembro ( saiba mais aqui ).

A reurbanização da Praia Central foi um dos três assuntos mais citados pelos vereadores que o Página3 ouviu na retomada dos trabalhos legislativos após o recesso, para que chegue logo na Câmara para votar (relembre aqui: https://pagina3.com.br/politica/sessoes-da-camara-de-vereadores-de-balneario-camboriu-serao-retomadas-nesta-quarta-feira/).

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Andamento do projeto

Projeto precisa ser finalizado para prefeitura saber custos e licitá-lo (foto Escritório Índio da Costa)

O engenheiro Rubens Spernau, que comanda a pasta de Gestão Governamental, além de ser ex-prefeito de Balneário, e acompanhar toda a história do esperado alargamento, algo que começou a ser discutido na década de 70 e de forma mais intensa nos anos 90, explica que o projeto final da reurbanização da Avenida Atlântica ainda não foi encaminhado pelo Escritório Índio da Costa à prefeitura. 

Nós recebemos um ‘ante projeto’, que foi o contratado pelo Instituto + BC, e estamos avaliando os custos das coisas contidas neste ante projeto. Isto já está em fase bem adiantada, mas temos que ver os pormenores para que a gente construa o projeto executivo, que é aquele que de fato vai nos dar a condição de buscar o recurso e promover a licitação com toda a ordem de grandeza de custos nela contidos”, diz.

Rubens contou ainda que o município contratou um projeto de drenagem, pois o Instituto + BC não ofertou dentro do projeto de urbanização, sendo um ‘adicional’ na drenagem existente. 

Está em execução, com previsão de entrega no final de fevereiro. Então a soma disso, do projeto de reurbanização com todo esse detalhamento e a definição de seus custos, juntamente com o projeto de drenagem a gente vai ter o custo final e vai poder buscar isso, seja de uma forma total ou parcial; talvez o todo não seja possível em um só momento, mas isso depende desses valores finais”, explica.

O verde se conecta com a modernidade no projeto (foto Escritório Índio da Costa)

O engenheiro lembrou também que a prefeitura está vendo algumas possibilidades de custeios desses investimentos. 

As possibilidades são várias. Eu não gostaria de adiantar porque o prefeito Fabrício Oliveira pediu que fizéssemos toda a análise das possibilidades, que são várias, e diante dessas perspectivas veremos qual caminho percorrer para executar essa obra”, afirma.

O Procurador Geral de Balneário Camboriú, Juliano Cavalcanti, reiterou a fala de Rubens e disse que estão estudando o projeto e o modelo jurídico a ser adotado. 

Porém, a definição precisa da finalização dos projetos”, pontuou.

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Protótipo depende do Ministério Público

O projeto do Escritório Índio da Costa é apresentado como um parque à beira mar, com ‘um banho de verde’ na orla (foto Escritório Índio da Costa)

A prefeitura tinha a ideia de fazer um protótipo (um trecho de 200m para mostrar o que vai ser a revitalização) já para esta temporada 2021/2022 para que turistas e moradores pudessem ter uma ideia do que vem pela frente, mas não foi possível por ‘falta de tempo hábil’, segundo Rubens. 

O protótipo inclusive foi protocolado junto ao IMA e SPU. Esse trecho de 200m custaria em torno de R$ 10 milhões, com todo o mobiliário.

O protótipo é fruto de ajustamento de conduta referente a uma ação pública. Estamos vendo ajustes juntamente com o Ministério Público. Aguardamos que possa ser finalizado em breve”, disse o engenheiro.

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Área da restinga começa a ser isolada após o Carnaval

Cercamento de onde será plantada a restinga deve iniciar após o Carnaval (foto Escritório Índio da Costa)

O plantio da restinga já foi licitado (a empresa vencedora foi a IGARA – Engenharia Ambiental). Rubens disse que o ideal seria que ela fosse executada juntamente com a infraestrutura, para que ‘ela atinja uma condição mais favorável para se desenvolver’. 

A secretária do Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Lenzi, contou ao Página 3 que, após o Carnaval, a empresa inicia o cercamento das áreas onde será feito o plantio da restinga.

 Mas ainda não definimos por onde começará o cercamento, teremos outras reuniões até lá”, comentou. 

Em dezembro de 2021, Maria Heloísa disse ao jornal que o objetivo é começar a plantar as mudas ainda neste primeiro semestre.

Outra novidade são as 60 passarelas de acesso à praia, exatamente para que o público não ‘pisoteie’ a restinga. 

A configuração da praia vai mudar nesse sentido. Hoje o público está acostumado a acessar a praia por onde quer, mas as pessoas serão conduzidas à acessar via faixa de pedestre e então pelas passarelas. Será uma reeducação da população. Não será mais possível acessar por qualquer local, para respeitar a restinga. Sabemos que será um processo, e por isso inicialmente vamos cercar a restinga, para que as mudas consigam se estabelecer. 

O projeto prevê 33 mil mudas, mas na licitação solicitamos o dobro (66 mil) para que a gente possa repor se acontecer algum problema, como ser pisoteada ou a planta morrer. A praia central hoje é muito estéril, e precisamos criar um novo ambiente”, afirma.

Plantio de restinga é peça chave do projeto, e também muito defendida pela prefeitura (foto Escritório Índio da Costa)

Conforme o projeto, a praia de Balneário deixará de ser ‘retilínea’ e terá uma ‘ondulação’ e é dentro disso que entrarão os seis metros de restinga, que serão respeitados. 

Iremos plantar a restinga respeitando esses seis metros. A restinga entra no calçadão porque o calçadão está na área da restinga. Depois, quando for implantada a infraestrutura urbana, a restinga avança para a área de urbanização e começaremos a ‘desenhar’ a parte paisagística, sempre respeitando as espécies nativas. Vale destacar que vamos utilizar apenas espécies herbáceas, não vai ter espécies arbustivas e arbóreas. Muitas pessoas estavam com receio de que a restinga tirasse a visibilidade da praia ou pela questão da insegurança, podendo se esconder embaixo delas, mas isso não vai acontecer”, acrescenta, citando que se trata de uma restinga ‘baixinha’, que fica rente à areia e ajuda a fixá-la”, lembra a secretária.

Heloísa aponta ainda que o objetivo é quebrar o paradigma de que a praia central é ‘muito urbana’, e que a restinga vem para ‘incorporar essa parte mais natural’, tanto que o projeto prevê um verdadeiro parque na orla. 

“E a restinga vai auxiliar nisso. Quando as pessoas verem esse âmbito mais natural, vão entender que a restinga está vindo para agregar, além de que ela tem função ambiental, principalmente para que a areia não seja carregada para a calçada ou para a rua, seja pelo vento ou pisoteamento [se tem restinga, o vento não leva a areia para a calçada, servindo como uma ‘barreira’ fazendo com que a areia se acumule na restinga e não vá para a área urbana], e será também abrigo na nossa fauna, como a coruja buraqueira”, salienta.


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