“Despejamos três tambores de óleo com cores diferentes no Rio Camboriú, de seis em seis horas e que foram acompanhados por voos de teco-teco, contratados no aeroporto de Itajaí, pois naquele tempo não tínhamos helicópteros por aqui… tínhamos uma riqueza de estudos e planejamento e eu me sentia realizado e orgulhoso…”.
Esse relato é feito no livro “O Semeador – Vida e Obra de um Vencedor”, o romance biográfico baseado na vida do ex-prefeito Gilberto Américo Meirinho, escrito por Paulo Leme e publicado em 2010 pela Editora Taqui.
Meirinho, prefeito de Balneário Camboriú entre 1973 e 1977, foi o primeiro prefeito (com registro comprovado) a tratar do alargamento da faixa de areia da praia central de Balneário Camboriú.
Numa viagem de trabalho ao Rio de Janeiro, ele estabeleceu relação com o Diretor de Obras de Carlos Lacerda (ex-governador da Guanabara, hoje Rio de Janeiro) que deu as primeiras orientações para alargar a praia de Balneário Camboriú, numa extensão de 150 a 200 metros.
Esse personagem, cujo nome não é citado no livro, teria participado dos alargamentos nos bairros cariocas do Flamengo e Botafogo, além do Caju e Penha.
Aparentemente, o sujeito representava interesses da empresa que estava dragando o porto de Itajaí, e prometia um alargamento de praia a preço muito mais baixo do que empresários portugueses cobraram para alargar a praia de Copacabana, obra concluída em 1971.
Com as orientações do personagem carioca e do engenheiro Colombo Machado Sales, governador biônico (nomeado pela ditadura militar) de Santa Catarina, Meirinho avançou bastante nos estudos do comportamento das correntes na enseada e, segundo ele, deixou o projeto em condições de ser executado por ser sucessor, Armando César Ghislandi, que governou Balneário Camboriú pelos seis anos seguintes, a partir de 1977 e, aparentemente, não avançou no assunto.
Trecho do livro: