O governador Jorginho Mello esteve nesta terça-feira em Camboriú, para fazer política ao entregar a Licença Ambiental Prévia (LAP) para parte da obra do Parque Inundável Multiuso na Bacia do Rio Camboriú, obra estimada em até R$ 300 milhões, mas não falou do mais importante: dinheiro para executá-la.
O Parque, que seria localizado em Camboriú, é uma das soluções possíveis para armazenamento de água bruta nas cidades de Camboriú e Balneário Camboriú, mas a cada dia que passa, mais caro se torna devido à valorização imobiliária galopante das áreas necessárias para sua implantação.
É incomum governadores fazerem cerimônias políticas para entregar uma LAP, mais incomum ainda quando não é o governo -e sim os dois municípios- que até o momento deverá arcar com a conta que representa 75% do orçamento de Camboriú para o próximo ano.
Parece fácil e economicamente viável organizar uma operação urbana consorciada, no entorno do reservatório, que custeasse todo o investimento com dinheiro particular, mas o empreendimento é conduzido por dois prefeitos com bons raciocínios políticos e baixa qualidade técnica.
Essa baixa qualidade técnica do debate está atrapalhando, por falta de definições, a principal atividade do município de Camboriú, a construção civil.
A LAP é apenas o primeiro passo, estabelece condicionantes que depois de cumpridas encaminham o pedido da Licença Ambiental de Instalação (LAI) e na sequência, para iniciar a obra, é preciso encontrar uma forma de pagá-la.
A ideia nesta etapa é construir um dique e uma praça (custo que teria sido estimado em R$ 47 milhões), mas se o dique for construído, irá alagar mais de 300 hectares que precisam ser indenizados e até agora prefeito algum falou nisso.
(Com a colaboração de Renata Rutes e Marlise Schneider Cezar)