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Produtora de petistas organizou 1º de Maio com Lula após captar R$ 3 mi da Petrobras

Uma produtora pertencente a dois filiados ao PT organizou o evento criticado publicamente pelo presidente Lula (PT) na comemoração do 1º de maio, Dia do Trabalho, em São Paulo.

Com endereço no Rio de Janeiro e capital social de R$ 15 mil, a Veredas Gestão Cultural captou R$ 3 milhões da Petrobras para a organização de shows em comemoração à data, inclusive para o ato planejado pelas centrais sindicais na Neo Química Arena, em Itaquera, zona leste de São Paulo.

A empresa obteve incentivo financeiro, via Lei Rouanet, com a promessa de realização de um grande show na capital paulista, “com sambista de renome internacional”, além de espetáculos de música regional em outras 19 cidades do estado de São Paulo.

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Entre os nomes citados na proposta da Veredas estavam Paulinho da Viola, Diogo Nogueira, Maria Rita, Quintal do Pagodinho e Lauana Prado, ou “artistas similares”. A programação incluiria a participação especial da Escola de Samba Mocidade Alegre.

Mas foram outros artistas que subiram ao palco montado no estacionamento do estádio do Corinthians. Entre eles, Paula Lima, Dexter, Afro-X, Pagode dos Meninos e a Bateria Show da Gaviões da Fiel.

Ao discursar, Lula disse que o ato havia sido “mal convocado”. Ele não escondeu sua insatisfação com o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT-SE).

“Vocês sabem que ontem eu conversei com ele [Macêdo] sobre esse ato e disse para ele: “Ô Márcio, o ato está mal convocado”. O ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar”, disse o presidente.

A Veredas está registrada em nome de Cláudio Jorge da Silva Soares e Angela da Silva Leonicio, ambos filiados ao PT de acordo com os últimos dados disponibilizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Sócio-administrador da empresa, Soares concorreu a vereador do Rio de Janeiro em 2004 com o apelido “Cláudio Repolho”.

Ele também trabalhou nos gabinetes na Câmara de Benedita da Silva e Wadih Damous, ambos do PT. Sua sócia trabalhou em campanhas para os dois políticos: em 2020, quando Benedita concorreu à Prefeitura do Rio, e para a candidatura de Damous à Câmara de Deputados em 2022.

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Responsável pela organização do ato político que contou com a presença de Lula, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirmou que as centrais participaram do evento na condição de convidados.

“A CUT e demais centrais sindicais não contrataram a Veredas Gestão Cultural para realização de ato no 1º de maio de 2024. A empresa possuía um projeto sobre trabalho e cultura, que nos foi apresentado, assim como a outras entidades, para participar como convidados do Festival realizado no 1º de Maio de 2024 na cidade de São Paulo. A CUT e as demais centrais aceitaram o convite”, disse a assessoria da CUT.

Ainda segundo a assessoria, os dirigentes da CUT não conheciam os donos da Veredas.

Questionada sobre a ausência dos artistas prometidos para o evento, a CUT afirmou não ter participado da seleção da Veredas nem da captação de recursos.

“A captação de recursos e a organização do Festival Cultura e Direitos foram de responsabilidade da empresa Veredas. O ato político ocorrido antes do início do festival, que reuniu mais de 15 mil lideranças dos movimentos sindical e popular, foi um sucesso, com profundo debate sobre a realidade brasileira. Os movimentos fizeram seu balanço e apresentaram suas pautas de luta para o próximo período, e este é o verdadeiro sentido da celebração do 1º de Maio”, disse.

A Petrobras afirmou que o patrocínio buscou “reforçar sua imagem como apoiadora da cultura brasileira”. Disse ainda que “não tem ingerência sobre a captação de recursos por parte do patrocinado”.

“O patrocínio foi realizado por meio do Programa Petrobras Cultural, dentro do eixo temático Festivais e Festas Populares, e foi efetivado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, destinando o valor de R$ 3 milhões. Esse foi o primeiro contrato firmado com a Veredas Gestão Cultural”.

“A Petrobras esclarece que o processo de aprovação de patrocínios segue padrões de governança específicos, em diferentes instâncias de aprovação, tendo sido cumpridos todos os trâmites previstos, tanto internos e quanto externos à companhia”, disse a empresa na nota.

Procurado pela reportagem, o administrador da Veredas, Cláudio Soares, afirmou que “o Festival Cultura e Direitos é um projeto que abrange diversas atividades, não apenas o 1º de Maio em São Paulo, mas também em outros municípios”.

Sobre a ausência de artistas mencionados na proposta apresentada ao Ministério da Cultura, ele afirmou que essas contratações estão sempre vinculadas à disponibilidade de agenda, assim como o perfil do público local”.

“Mas acredito que conseguimos levar artistas que representam bem a pluralidade da música brasileira”, acrescentou.

Soares disse que partiu dele a proposta de parceria com as centrais sindicais.

“A iniciativa foi minha. Pois é absolutamente impossível fazer um evento destinado aos trabalhadores sem a presença dos mesmos. E a forma que avaliei ser possível essa mobilização foi convidando os sindicatos e centrais para auxiliarem nesse trabalho. Fiz questão de convidar todas as centrais sem fazer qualquer tipo de distinção partidária ou ideológica”, disse.

Questionado se a filiação ao PT ajuda nessa conexão, o empresário afirmou que às vezes até atrapalha.

“Tenho mais facilidade em me relacionar com os governos de outros partidos do que com o PT. O PT é uma opção ideológica, não um trampolim profissional”, declarou. “Mais do que empresário, sou um militante da cultura e de suas potencialidades como instrumento de transformação social”.

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