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Paratleta Carlão é o primeiro brasileiro com certificação internacional em nado de 10km em água doce

Além da natação, ele integra a equipe de handebol do ICED de Balneário Camboriú desde 2019

O paratleta Carlos Eugênio Bastos (Carlão), 55 anos, tornou-se esta semana o primeiro nadador brasileiro a receber o certificado internacional de nado em águas doces, após cumprir o Desafio de 10km, que realizou no primeiro dia de setembro, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, com o tempo de 6 horas, 2 minutos, 7 segundos.

O reconhecimento veio da Associação Mundial de Natação em Águas Abertas (WOWSA).

“Estou muito feliz pelo reconhecimento e parabenizo a organização da @lagoadecimaswimchallenges pelo evento, e agradeço aos amigos patrocinadores do #projetobraçosaomar. Juntos somos mais fortes”, comemorou Carlão.

Arquivo Pessoal

Mineiro de Caratinga, Carlão é comerciante, casado, tem uma filha, mora em Itajaí há 15 anos, é integrante do  Instituto Catarinense de Esportes para Deficientes (ICED) de Balneário Camboriú, desde 2019. 

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Começou a nadar ainda criança, porque tinha bronquite. Parou aos 15 anos quando sofreu um acidente de moto e teve uma perna amputada. 

Depois do acidente (1984), só voltou a nadar aos 40 anos de idade.

Em 2011 por problemas de circulação teve que amputar a outra perna, quando tinha 43 anos.

Além de multi campeão em natação, Carlão joga handebol em cadeira de rodas. Através do ICED, representa Balneário Camboriú nesta modalidade, porque não conseguiu pleitear a bolsa para disputar todas as etapas dos circuitos de águas abertas. 

(Foto Arquivo Pessoal)

Hoje recebe uma bolsa da sua cidade natal, Caratinga (MG) para disputar as travessias aquáticas. Graças a um acordo entre  ICED/BC e Prefeitura de Caratinga, Carlão representa  Balneário Camboriú nas competições de handebol e Caratinga, nas disputas aquáticas.

No momento, está treinando para disputar o ParaJasc, em dezembro, com a equipe  do ICED e representando a cidade de Balneário Camboriú.

Carlão é um exemplo de superação. Ele segue investindo em seus sonhos, derrubando barreiras e superando desafios e já tem um projeto para 2024: tentar nadar uma ultramaratona (16 km).

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Nesta entrevista, Carlão conta sua trajetória de superação e conquistas diante de todos os desafios que vem enfrentando desde o acidente que sofreu ainda adolescente.


JP3 – Esta semana você se tornou o primeiro nadador em água doce do Brasil, reconhecido pela World Open Water Swimming Association (WOWSA). Como aconteceu?

Carlão – A associação que realizou o desafio foi @lagoadecimaswimchallenges, do ultra maratonista Alexander Sant’ana. A WOWSA no Brasil só tinha reconhecido até hoje nados realizados no mar, então eu fui o primeiro nadador com o nado de 10 km  (maratona). 

reconhecido pela Associação Internacional de Águas Abertas ( WOWSA). 

JP3 – Como são realizados esses desafios?

Carlão – Esses desafios são agendados, você nada sozinho, é marcado o tempo, tem toda uma estrutura como se fosse uma competição. Geralmente esses desafios são de 10 km ( maratona) e mais de 10 km (ultra maratona). No Brasil só tem duas associações, que fazem os desafios no mar com os nados são reconhecidos pela WOWSA. A associação que eu fiz o desafio (@lagoadecimaswimchallenges) faz as provas numa linda lagoa em Campos dos Goytacazes e assim me tornei o primeiro nadador brasileiro a ter o nado em Águas doce reconhecido pela WOWSA. Estou muito feliz e agradecido por esta conquista.

(Foto Arquivo Pessoal)

JP3 – Esperava por este reconhecimento? 

Carlão – Não esperava receber esse reconhecimento,  nem passava pela minha cabeça, mas o organizador do desafio que também é maratonista e me acompanhou no nado, onde fez os vídeos, fez a marcação do percurso e o tempo nadado, então ele mandou para a WOWSA onde eles reconheceram oficialmente o meu nado. Estou aguardando agora uma matéria que vai sair no site da WOWSA sobre esse feito.

JP3 – Nadar 10km. exige muito preparo. Como foi esse preparo? 

Carlão – Participei dois anos dos circuitos de travessias de Santa Catarina (Circuito Ocean e Circuito Correr e Nadar), onde fui campeão em 2022/2023, mas sempre tive muita vontade de tentar nadar uma maratona (10km). Em dezembro do ano passado fui para o Espírito Santo, onde tive condições de estar treinando mais no mar. Também como preparação, participei de duas provas : 7 km em Vitória/ES e uma de 8 km em Guarapari/ES que serviram de treino para o desafio. Então fiquei nove meses em Piúma, no Espírito Santo, competindo e treinando para esse desafio. Cheguei em Itajaí sábado, dia 16, onde moro.

JP3 – Esse foi o maior reconhecimento que recebeu até hoje?

Carlão – Na natação em Águas Abertas esse foi o reconhecimento mais importante.

(Foto Arquivo Pessoal)

JP3 – Quando decidiu pela natação?

Carlão – Comecei na natação com 9 anos por causa da bronquite. Nadei até os 15 anos, quando sofri um acidente de moto e amputei minha perna direita, depois nunca mais nadei, até mudar para Piúma/ES, em 1993 e voltando aos treinos em 2007. Me mudei para Itajaí em 2009 e aqui foi o meu começo nas travessias aquáticas.

JP3 – Por que optou pela natação?

Carlão – Por orientação médica ( eu tenho bronquite) minha mãe me colocou na natação com 9 anos de idade.

JP3 – Desde quando compete? 

Carlão – Participo de competições no mar desde 2009.

JP3 – Qual sua especialidade na natação? 

Carlão – Minha especialidade são as provas longas.

JP3 – Quais as principais conquistas?

Carlão – Campeão do Circuito de Bombinhas 2010/2011 categoria PCD; Bicampeão do Circuito Ocean (SC) 2021/2022( provas de 3 km); Bicampeão  do Circuito Correr e Nadar (2021/2023), em provas de 2 km até 5 km. Este intervalo de competições aconteceu porque tive que amputar minha perna esquerda em 2011, voltando a nadar só em 2019. 

JP3 – Qual foi o maior desafio?

Carlão – Meu maior desafio foi ter que me adaptar a nadar sem as duas pernas (a primeira vez que entrei na piscina amputado das duas pernas) nadei igual um girino…

JP3 – O que o esporte representa na sua vida?

Carlão – Qualidade de vida, saúde (sofri dois infartos) e por prazer, por amor à vida.

JP3 – Quais são os planos e projetos? 

Carlão – Meu projeto: #projetobraçosaomar e para 2024 vou buscar parceria, recursos para tentar fazer uma ultra maratona (16 km), se Deus quiser.

JP3 – Todo atleta enfrenta grande dificuldade para conseguir patrocínio. Como é essa questão para Paratletas? 

Carlão – Essa é uma grande verdade, se é difícil para atletas normais, para nós paratletas a dificuldade aumenta. Graças a Deus eu tenho amigos patrocinadores que acreditaram no meu projeto e graças a eles é que tenho tantos resultados nas provas, pois sem patrocínio não seria possível. Só em 2022 foram mais de 20 provas em Santa Catarina, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

JP3 – Atualmente quem são seus patrocinadores?

Carlão – @iced, @bolsaatletacaratinga, @livialyra, @estaçaoazul, @clubedofarol,@fervel,@ascari, @brunnerautomoveis, @engitanaval, @rodotac, @imobiliariacarvalho.

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