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“Homem que tem perfil de agressor, vai continuar sendo, mesmo que ‘deixe a Maria e namore a Joana’”

A afirmação da delegada é mais um alerta sobre violência no Dia da Mulher

O Dia Internacional da Mulher além de ser uma data de celebração ao feminino é também um momento para refletir sobre os casos de violência doméstica – em Balneário Camboriú diariamente acontecem situações de mulheres vítimas, que são atendidas também pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI).

Mural artístico traz uma leitura especial para as mulheres (Foto Open Street Gallery)

A delegada Ruth Henn atua como policial há 25 anos e atualmente está na DPCAMI de Balneário Camboriú, onde será oficialmente inaugurado nesta sexta (8) um mural artístico especial (saiba mais sobre o desenvolvimento dele aqui).

A delegada salienta que o Dia da Mulher é um dia de reflexão, porque nesse dia todas as atenções estão voltadas para causas que envolvem a mulher, para o sentido e grandeza do papel da mulher na sociedade, que por muito tempo esteve renegado como segundo plano. 

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“Hoje as mulheres estão em todos os níveis da sociedade, em empregos diversos, mostrando a capacidade que temos. A mulher tem maneiras diferentes de ver as coisas, é menos violenta do que o homem, até mais ponderada em certas questões na hora de tomar decisão e tudo isso faz diferença. É um dia para festejar as conquistas que tivemos e pelo o que ainda desejamos para nós enquanto mulheres e cidadãs”, diz.

Ruth conta que para este Dia da Mulher, nesta sexta (8), a DPCAMI de Balneário Camboriú deseja quebrar paradigmas, fazer com que o acolhimento seja palavra de ordem, para que as mulheres se sintam à vontade para comparecer na delegacia e registrar suas ocorrências. 

“Fizemos um painel temático no muro da delegacia com flores que demonstram a resiliência, como a  orquídea, para que a mulher saiba que pode passar por tristeza, mas que pode desabrochar para uma nova vida, e esse é o presente que queremos dar para as mulheres e para toda a sociedade. O painel foi desenvolvido em cima da nossa ideia, em parceria com a Open Street Gallery e foi desenvolvido por três artistas mulheres”, explica.

As artistas responsáveis pelo mural da DPCAMI com a delegada Ruth e a presidente da Fundação Cultural, Denize Leite (Foto Open Street Gallery)

A delegada também lembrou da própria trajetória – ela está há 25 anos na Polícia Civil e vê que ao longo do tempo as coisas mudaram e há mais policiais e delegadas atualmente, mas reconhece que o universo policial ainda é muito mais masculino 

“Cresceu bastante o número de mulheres na polícia, mas é um mundo eminentemente masculino, ainda tem muito mais homens, mas as mulheres que entram na carreira são treinadas para enfrentar esses desafios, fazem serviço da mesma maneira que os homens, têm o mesmo treinamento, mesmo salário. Claro que passamos por dificuldades porque o patriarcado continua, é algo enraizado, mas já tivemos grandes avanços. Tem muitas mulheres na chefia, inclusive a vice-governadora de SC é delegada de polícia. Pouco a pouco a presença feminina é cada vez maior”, acrescenta.

Sobre a violência doméstica, que vem chamando a atenção em Balneário Camboriú, com um caso inclusive nesta última semana onde um homem foi preso por agredir a quarta vítima (leia aqui), a delegada analisa que entende que cresceu a sensação dos casos terem aumentado em função do ‘crescente apelo que a mídia faz para que as mulheres denunciem casos de violência que sofrem’. 

“Hoje tem redes sociais, números para onde podem ligar – 181, 180, PM via 190, onde podem contatar, relatar violências. A própria Polícia Civil também tem o site onde é possível fazer tudo online – denúncia e pedido de medida protetiva. Isso tudo fez com que o número de casos sofresse aumento, antes talvez não tínhamos acesso às mulheres. No passado às vezes era visto como algo comum, era naturalizada a violência, passava de mãe para filha, e onde há crianças que vivem em ambiente violento, vão naturalizar a violência. Por isso, temos que implantar na nova geração essa ideia de que a violência não é o melhor caminho, para que daqui para frente mudem essa convicção”, informa. 

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Ruth orienta que as mulheres têm que tomar cuidado – homem que tem perfil de agressor, vai continuar sendo, mesmo que ‘deixe a Maria e namore a Joana’, vai praticar o crime. 

“As mulheres têm ideia que o homem vai mudar, mas se tem comportamento, a tendência é que o crime se repita. Na delegacia também formamos grupos de homens, para conversar com esses que se envolveram em casos de violência doméstica, descumprimento de medida protetiva… São grupos na delegacia com o setor de psicologia”, salienta.

A delegada aproveita para citar também que as mulheres vítimas devem refletir nesse Dia da Mulher sobre a necessidade de saírem do ciclo de violência. 

“Para sair o primeiro passo é querer. Se a vítima nos procurar, vamos tomar providência no âmbito criminal a partir da denúncia efetuada. A gente não sabe o que acontece dentro de casa, se está sofrendo algum tipo de violência, mas não deixe chegar no ponto de possível ser morta – no mais tênue sinal, procure a delegacia. Se não quiser fazer o procedimento criminal, que converse conosco, para encaminharmos para o programa de fortalecimento psicológico, que também vai dar discernimento do que pode fazer ou não – se quer seguir no relacionamento abusivo ou se quer sair”, completa, pontuando que a vítima pode passar pela fase de luto do fim do relacionamento, mas que é melhor sofrer o término do relacionamento conturbado do que seguir vítima de violência, o que pode ser fatal.

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